Saúde

Brasil volta a produzir insulina após 20 anos — entenda o impacto

Após 20 anos, o Brasil retoma a produção de insulina. Descubra como isso impacta o tratamento do diabetes no país.

Brasil retoma a produção nacional de insulina após 20 anos.
© Foto: Ricardo Stuckert / PR

O Brasil retomou, após duas décadas, a produção nacional de insulina, um dos medicamentos mais importantes no tratamento do diabetes. A entrega simbólica do primeiro lote aconteceu nesta sexta-feira (11), marcando um avanço estratégico do país em autossuficiência farmacêutica.

A fabricação é resultado do programa Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), que integra a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, com a tecnologia sendo transferida da farmacêutica indiana Wockhardt para o laboratório público Funed (Fundação Ezequiel Dias) e para a empresa brasileira Biomm.


Produção nacional vai abastecer o SUS

A cerimônia de entrega ocorreu na fábrica da Biomm, em Nova Lima (MG), com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ao todo, foram entregues 207 mil unidades: 67.317 frascos de insulina regular e 140.068 de insulina NPH.

“Depois de mais de duas décadas sem produzir insulina humana, o Brasil retoma essa fabricação para entregar ao SUS e contribuir com a saúde da população”, afirmou o ministro.

Com a finalização da transferência de tecnologia, o país passará a produzir 50% da demanda de insulinas NPH e regular utilizadas no SUS, reduzindo a dependência externa e fortalecendo o atendimento à população.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha inspeciona remessa de medicamentos.
Walterson Rosa/MS

Soberania, segurança e economia para o país

Além da produção nacional, o programa PDP tem impacto direto na geração de empregos, desenvolvimento de tecnologia e redução de custos com importação. A ação conta com investimento de R$ 142 milhões, e vai beneficiar cerca de 350 mil pessoas com diabetes em todo o país.

Em 2025 e 2026, estão previstas a entrega de 8 milhões de unidades de insulina para a rede pública, entre frascos e canetas.

“Cerca de 10% da população brasileira tem diabetes, e parte dessas pessoas precisa usar insulina. Essa iniciativa garante tranquilidade, segurança e estabilidade tanto para o SUS quanto para os cidadãos”, disse Padilha.


Como funciona a transferência de tecnologia

No modelo das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo, laboratórios públicos e privados compartilham etapas do processo produtivo até que a produção se torne 100% nacional. A Funed e a Biomm serão responsáveis por dominar o ciclo completo de fabricação, incluindo o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA).

Entre as etapas da transferência estão:

  • Embalagem e rotulagem;
  • Controle de qualidade dos insumos;
  • Produção do medicamento acabado;
  • Fabricação do IFA no Brasil.

Tratamento gratuito de diabetes no SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento integral e gratuito para pessoas com diabetes mellitus, incluindo:

  • Diagnóstico e acompanhamento na Atenção Primária à Saúde;
  • Distribuição de medicamentos orais e injetáveis;
  • Insulinas humanas NPH e regular, além das insulinas análogas de ação rápida e prolongada.

O objetivo é garantir um cuidado contínuo e personalizado de acordo com o quadro clínico de cada paciente.


FAQ – Perguntas frequentes

O Brasil já está produzindo insulina nacional?
Sim. A produção foi retomada oficialmente em julho de 2025, com a entrega dos primeiros lotes à rede pública de saúde.

Quais tipos de insulina serão fabricadas?
Inicialmente, insulina NPH e regular, que são as mais usadas pelo SUS.

A insulina será distribuída gratuitamente?
Sim. A insulina produzida será distribuída de forma gratuita pelo SUS para pessoas com prescrição médica.

Quem está fabricando a insulina no Brasil?
A produção está sendo feita pela Biomm, com transferência de tecnologia da Wockhardt, em parceria com a Funed, um laboratório público de Minas Gerais.

Isso vai reduzir os custos com medicamentos?
Sim. A fabricação nacional reduz a dependência de importações e os custos de aquisição para o Ministério da Saúde.