
A paisagem urbana de Niterói vai ganhar novas formas e significados com a chegada da exposição “Primórdios Digitais”, que será inaugurada no próximo dia 14 de junho.
A iniciativa da Prefeitura de Niterói traz cinco esculturas monumentais do artista visual Beto Gatti, que prometem surpreender moradores e visitantes com uma crítica bem-humorada e provocativa sobre os impactos da tecnologia na vida moderna.
As obras, que medem até dois metros de altura, retratam primatas com corpos humanos utilizando celulares, câmeras e óculos de realidade virtual — uma analogia direta ao comportamento social atual. Inicialmente, as esculturas ficarão expostas no pátio do Museu de Arte Contemporânea (MAC) até 30 de junho e, depois, serão distribuídas por pontos estratégicos da cidade até o dia 21 de julho.
Arte nas ruas: reflexão e impacto coletivo
O prefeito Rodrigo Neves celebrou a importância da exposição e o papel da arte no cotidiano:
“Niterói tem se consolidado como um dos grandes polos culturais do país, reconhecido dentro e fora do Brasil. Somos referência em arte, arquitetura, investimentos em cultura e espaços culturais. É motivo de orgulho receber uma intervenção urbana de um artista do porte de Beto Gatti, com obras que provocam reflexão e dialogam com temas atuais. A arte nas ruas é mais do que democratizar o acesso: é transformar a cidade em um espaço vivo de cultura, de encontro e de pensamento. Queremos que iniciativas como essa contribuam para reforçar a sensibilidade e a consciência coletiva para a construção de um futuro melhor”.
A primeira-dama, Fernanda Sixel Neves, que idealizou a vinda da mostra para Niterói, se encantou com uma das esculturas no Aeroporto Internacional do Rio e defende o poder transformador da arte:
“A arte tem o poder de provocar diferentes reações. Ao me deparar com a obra “Saudade”, do artista Beto Gatti, no Aeroporto Internacional do Rio, fiquei completamente impactada. A ideia de um abraço — algo potente e afetuoso — atravessado pelas telas dos celulares, nos leva a refletir sobre o paradoxo entre a ausência física e a presença digital. O quanto estamos verdadeiramente conectados a nós mesmos, ao outro e ao mundo? Trazer essas obras para Niterói, inicialmente no MAC e depois nas ruas, em contato direto com a população, será uma oportunidade para que mais pessoas vivenciem essa experiência pessoal e, ao mesmo tempo, coletiva”.
Intervenção urbana em cinco locais estratégicos de Niterói
A exposição ocupará cinco pontos de grande circulação em Niterói:
- Museu de Arte Contemporânea (MAC)
- Praça Arariboia
- Calçadão da Praia de Icaraí (em frente à UFF)
- Praça do Rádio Amador (São Francisco)
- Parque da Cidade
Além da exposição física, cada escultura contará com placas informativas e QR Codes, que permitirão ao público acessar conteúdos digitais e conhecer o processo criativo de Beto Gatti.

Tecnologia e ancestralidade em contraste
Apesar de abordar o impacto da tecnologia, o artista Beto Gatti recorre a materiais clássicos, como o bronze, para dar vida às esculturas. Ele explica:
“É um privilégio trazer instalações públicas para o cotidiano da cidade. Acredito na arte como forma de criar pausas, momentos de contato, de presença real. Quero que as pessoas se permitam esse instante de reflexão sobre o paradoxo entre o real e o virtual. As esculturas são convites silenciosos para voltarmos a sentir, observar e simplesmente estar”.
Programação especial no MAC
No dia 25 de junho, às 19h, será realizado um talk show gratuito no auditório do MAC com a participação do artista e mediação de Fernanda Sixel Neves. O evento será aberto ao público e promete aprofundar o debate sobre os temas propostos pela mostra.


