
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), vetou integralmente o projeto de lei que instituía o “Dia da Cegonha Reborn”, destinado a homenagear artesãs que produzem bonecas realistas, conhecidas como bebês reborn. A data sugerida para a celebração seria 4 de setembro.
A proposta foi apresentada pelo vereador Vitor Hugo (MDB) e havia sido aprovada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro no último dia 7. A justificativa era valorizar o trabalho das artesãs que confeccionam manualmente bonecas com traços humanos extremamente realistas.

Veto direto do prefeito
Na manhã desta segunda-feira (2), o prefeito publicou uma imagem do veto em suas redes sociais e escreveu de forma sucinta, porém enfática: “Com todo respeito aos interessados, mas não dá.”
A manifestação gerou repercussão nas redes, especialmente entre defensores do projeto e integrantes da comunidade que utiliza os bebês reborn como parte de processos de cura emocional.

Bonecas reborn e seu uso terapêutico
Segundo o vereador Vitor Hugo, o objetivo do projeto era oferecer reconhecimento a mulheres artesãs que encontraram no artesanato uma forma de reconstrução pessoal.
“É uma homenagem emocionante a mulheres incríveis da nossa cidade. Muitas delas passaram por momentos difíceis, como depressão, luto e dores profundas, e encontraram nesse trabalho uma forma de cura e amor”, escreveu o vereador em suas redes sociais.
A proposta defendia que essas bonecas realistas não são apenas brinquedos ou itens de coleção, mas têm um papel crescente em contextos de tratamento psicológico e justifica que em alguns casos, os bebês reborn são utilizados por psicólogos para ajudar na superação de traumas e no enfrentamento de doenças emocionais.
Cegonha Reborn: o papel das artesãs
No universo dessas bonecas hiper-realistas, as artesãs são chamadas de “cegonhas reborn”, uma metáfora que simboliza o ato de “entregar” os bebês às suas “mães”. A justificativa da proposta destacava que, para muitas mulheres, o ato de receber um reborn pode simbolizar um renascimento emocional.
“O nascimento de um bebê é um momento singular. Para as mamães reborn, seus filhos são enviados por cegonhas — como são chamadas as artesãs que customizam bonecas com técnicas minuciosas para simular características humanas reais”, explica trecho do projeto.
Além disso, o texto destaca que o fenômeno dos bebês reborn tornou-se uma febre mundial, com relatos que envolvem até “partos” simbólicos, maternidades fictícias e rotinas que imitam o cuidado com um bebê real.
Próximos passos
Após o veto do Executivo, a proposta volta agora para a análise da Câmara dos Vereadores do Rio, que poderá manter ou derrubar o veto. Se for derrubado, a lei será promulgada pela própria Câmara.