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O que levou MC Poze à prisão? Entenda as acusações

Entenda as acusações que levaram MC Poze à prisão. Conheça os detalhes sobre apologia ao crime e tráfico de drogas.

Reprodução
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O cantor Marlon Brandon Coelho Couto, conhecido como MC Poze do Rodo, foi preso na madrugada desta quinta-feira (29) por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) do Rio de Janeiro. O funkeiro é investigado por apologia ao crime e associação ao tráfico de drogas, conforme as investigações da Polícia Civil.

A prisão ocorreu em sua residência, localizada em um condomínio de alto padrão no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Segundo os agentes, o mandado de prisão temporária foi cumprido sem resistência.


Funkeiro é acusado de fazer shows em comunidades controladas por facção criminosa

De acordo com o inquérito da DRE, MC Poze realiza apresentações musicais em territórios dominados pela facção Comando Vermelho (CV), onde atua sob proteção de traficantes fortemente armados com fuzis, que garantem a “segurança” dos eventos e do artista.

As investigações também apontam que suas letras promovem o tráfico de drogas, o uso ilegal de armas e incitam confrontos entre facções, o que, segundo a Polícia Civil, pode contribuir para o aumento da violência e colocar a vida de inocentes em risco.

“O conteúdo das músicas ultrapassa o direito à liberdade de expressão e artística, configurando crimes graves de apologia ao tráfico e incitação à violência armada”, afirmou a Polícia Civil em nota oficial.


Vídeo de baile funk com traficantes armados levou à abertura do inquérito

A apuração da DRE começou após a divulgação de vídeos de um baile funk na Cidade de Deus, onde Poze se apresentou. Nas imagens, diversos criminosos aparecem portando fuzis abertamente, sem se preocupar com identificação. O show ocorreu poucos dias antes da morte do policial civil José Antônio Lourenço, da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), durante uma operação na mesma comunidade.

Essa não foi a primeira vez que Poze participou de eventos semelhantes. Em 2020, ele também foi visto em um baile no Jacaré, onde traficantes armados circulavam livremente durante sua apresentação.


Defesa do cantor contesta a prisão

Ao portal g1, o advogado de Poze, Fernando Henrique Cardoso Neves, afirmou que a prisão se baseia em “uma narrativa antiga” e que buscará um habeas corpus caso o funkeiro não seja liberado.

“Queremos entender o fundamento dessa nova prisão. Essa acusação já foi feita no passado”, declarou o advogado.

Poze não comentou o caso ao sair de casa nem ao chegar à Cidade da Polícia, apenas se queixou de estar algemado.


Histórico de investigações: rifa ilegal e bens apreendidos

Em novembro de 2023, Poze e sua esposa Viviane Noronha foram alvos da Operação Rifa Limpa, que investigava sorteios ilegais promovidos nas redes sociais. A ação resultou na apreensão de carros de luxo, joias e cordões de ouro do artista.

Na época, o esquema prometia sorteios com base na Loteria Federal, mas usava um aplicativo suspeito de manipulação de resultados. No entanto, em abril deste ano, a Justiça determinou a devolução dos bens por falta de provas de ligação direta com os crimes investigados.

Após a decisão, Poze escreveu nas redes sociais:
Eu só quero o que é meu, e o que Deus generosamente me dá.”