Rio de Janeiro - O plenário da Alerj aprovou, nesta quarta-feira (21/05), a indicação do vice-governador Thiago Pampolha (MDB) para ocupar o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). A decisão contou com 57 votos favoráveis, 5 contrários e 7 abstenções, de um total de 69 parlamentares presentes. Apenas o deputado Renato Machado (PT) não participou da votação.
O nome de Pampolha já havia sido aprovado, na véspera, pelas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Normas Internas e Proposições Externas da Casa. Com sua posse no TCE-RJ, o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), se torna o primeiro na linha sucessória do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Na mesma sessão, Pampolha apresentou sua renúncia ao cargo de vice-governador, oficializada minutos após a votação, e assume imediatamente a vaga deixada pelo conselheiro aposentado José Maurício Nolasco.
“Recebi esse convite com muito orgulho e enorme senso de responsabilidade”, declarou Pampolha.
Cenário político muda no Rio de Janeiro
A ida de Thiago Pampolha para o TCE-RJ reorganiza completamente o tabuleiro político fluminense e acelera os movimentos sobre quem comandará o estado nos próximos meses.
Com a saída de Pampolha, o nome do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, ganha força. Nos bastidores, três cenários estão em debate:
1. Renúncia de Cláudio Castro em outubro de 2025
Essa possibilidade permitiria que Bacellar assumisse o governo um ano antes das eleições, com tempo suficiente para consolidar sua imagem como gestor.
2. Saída de Castro em janeiro de 2026
Considerado por aliados como o cenário mais equilibrado, garantiria 10 meses de gestão a Bacellar, tempo suficiente para implementar sua marca sem o desgaste de um mandato mais longo.
3. Desincompatibilização no prazo legal de abril de 2026
Seria o limite legal para que Castro deixasse o cargo, visando sua possível candidatura ao Senado Federal.
Caminho aberto para Bacellar
A tendência de uma saída antecipada de Cláudio Castro ficou mais evidente após a confirmação de Pampolha no TCE-RJ, o que abre de forma definitiva a linha sucessória para Rodrigo Bacellar.
Nos bastidores, cresce o desejo de Bacellar de assumir ainda em outubro, dando início a uma gestão com mais tempo para implementar políticas e projetos de impacto.
Bastidores e tensão política
No mesmo dia em que a nomeação de Pampolha foi oficializada, o ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu em Brasília com os presidentes nacionais do União Brasil, Antônio Rueda, e do PP, Ciro Nogueira. Embora oficialmente a pauta não tenha incluído a sucessão no Rio de Janeiro, há relatos de insatisfação de Bolsonaro por não ter sido consultado sobre o acordo que levou Pampolha ao TCE.
A movimentação revela que, além da dança das cadeiras no governo do estado, há um xadrez político envolvendo alianças nacionais e interesses de diversos partidos.