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Prefeito do Rio ironiza ex-candidato de Niterói suspeito de furto

Prefeito do Rio ironiza ex-candidato de Niterói suspeito de furto. Confira as declarações de Eduardo Paes sobre o caso.

Eduardo Paes e o empresário Alexandre Ceotto
Eduardo Paes e o empresário Alexandre Ceotto

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, comentou em tom sarcástico nas redes sociais o envolvimento do empresário Alexandre Ceotto, ex-candidato à Prefeitura de Niterói, em um caso de furto qualificado ocorrido em fevereiro deste ano. “Vai vendo! Se é verdade eu não sei. Mas que eles nunca decepcionam a gente tem certeza! Vai vendo os posts do sujeito. Subsecretário da Administração Witzel e me chamando de genocida!”, escreveu Paes ao compartilhar uma reportagem sobre o caso.

A declaração veio após a Operação Manto de Engano, deflagrada na manhã desta terça-feira (13) pela Polícia Civil e pelo GAECO/MPRJ, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra Ceotto, acusado de ser o mentor intelectual de um furto em um apart-hotel de luxo no Gragoatá, Zona Sul de Niterói.

Crime com máscara de silicone e relógios de luxo

Segundo a 76ª DP (Niterói), o crime aconteceu em 7 de fevereiro e o advogado criminalista Luís Maurício Martins Gualda, de 47 anos, foi o responsável por executar o plano, utilizando terno, luvas e uma máscara realista de silicone para invadir o imóvel sem levantar suspeitas. Segundo as investigações ele ficou cerca de 16 minutos dentro do apartamento e saiu caminhando tranquilamente, mesmo com o sistema de segurança do prédio.

Divulgação
Divulgação

O acusado foi identificado após os agentes refazerem sua rota de fuga, que incluiu o uso do próprio carro. No início de maio, ele foi alvo de buscas e se apresentou voluntariamente à delegacia, onde confessou o furto e apontou Ceotto como o autor intelectual do crime.

Segundo as investigações, de acordo com Gualda, Ceotto acreditava que havia cerca de US$ 1 milhão escondidos no imóvel, que ele mesmo teria vendido à vítima. Usando informações privilegiadas da planta do apartamento e da rotina do proprietário, Ceotto teria coordenado toda a ação e prometido dividir os lucros.

Os amigos Maurício Gualda e Alexandre Ceotto em campanha política em Niterói.

Crise política no partido Novo

O nome de Alexandre Ceotto já havia ganhado destaque no cenário político local durante as eleições de 2024 em Niterói, quando sua candidatura a vereador pelo partido Novo foi rejeitada em convenção. Embora aprovado no processo seletivo da legenda, Ceotto teve a candidatura vetada por maioria de votos — decisão que gerou a desistência do então pré-candidato à prefeitura, João Gomes.

Gomes, em carta pública, classificou o processo interno como contraditório e hostil, alegando que a entrada de Ceotto teria provocado divisões internas e tensões entre os filiados. Segundo relatos, o clima era de intimidação, com casos de agressões verbais e ameaças por parte de apoiadores do empresário.

Ceotto, que se apresenta como discípulo do falecido filósofo Olavo de Carvalho, negou as acusações de violência e ingressou com ação judicial para tentar reverter a decisão partidária, alegando ser alvo de manobra política.

Investigações em curso

Com a deflagração da operação policial em Niterói, os agentes apreenderam celulares e computadores nas residências ligadas a Ceotto. Ele agora responde por furto qualificado e é apontado como responsável por arquitetar a invasão ao imóvel, de onde foram levados cerca de dez relógios de luxo, avaliados em aproximadamente R$ 80 mil.

A Polícia Civil do RJ e o Ministério Público seguem com as investigações para apurar todos os envolvidos no caso, que gerou ampla repercussão nas redes sociais e no cenário político fluminense.