O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagrou nesta terça-feira (13/05) a Operação Conexões, com foco em investigar crimes contra a administração pública no município de Saquarema, na Região dos Lagos. A ofensiva apura a atuação de uma organização criminosa envolvida em desvios de recursos públicos, supostamente ocorridos durante a gestão da ex-prefeita Manoela Peres, do PL de Jair Bolsonaro, que é um dos principais alvos da investigação.
A ação, coordenada pela Procuradoria-Geral de Justiça, inclui 30 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Terceiro Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Os mandados foram cumpridos em endereços ligados a 20 pessoas físicas e 10 empresas situadas nos municípios de Saquarema, Rio de Janeiro, Niterói, Maricá, São Gonçalo e São João de Meriti.
Entre os investigados também está o secretário municipal de Relações Institucionais, Antônio Peres Alves, ex-marido de Manoela Peres. O casal já havia sido alvo da Justiça no ano passado, quando Manoela chegou a ser afastada do cargo por determinação do TJRJ. No entanto, uma decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantiu seu retorno à Prefeitura.
Segundo o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, os contratos sob investigação somam mais de R$ 326 milhões, e parte deles já apresenta indícios de sobrepreço, conforme apontado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ).
“Onde houver sinais de fraudes e enriquecimento ilícito com dinheiro público, o Ministério Público vai agir com firmeza. Essa é a expectativa da sociedade — e é esse o nosso compromisso”, afirmou o procurador-geral.
As diligências estão sendo conduzidas por promotores de Justiça, com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e de oficiais de Justiça do TJRJ. O foco da operação é reunir provas documentais e materiais que embasem o Procedimento Investigatório Criminal (PIC) em andamento, que apura os crimes de peculato e formação de organização criminosa.
Por decisão judicial, os nomes dos demais envolvidos e detalhes adicionais da operação estão sob sigilo.