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Feirante é morto a tiros por policial militar no Rio de Janeiro

Sargento é acusado de matar feirante no Rio de Janeiro. Entenda os detalhes do caso e a decisão judicial tomada.

O sargento Fernando Ribeiro Baraúna e o jovem morto Pedro Henrique Morato Dantas | Reprodução
O sargento Fernando Ribeiro Baraúna e o jovem morto Pedro Henrique Morato Dantas | Reprodução

Rio de Janeiro - O sargento Fernando Ribeiro Baraúna, acusado de matar o jovem Pedro Henrique Morato Dantas, de apenas 20 anos, na manhã de domingo (6), na Zona Norte do Rio de Janeiro, teve a prisão preventiva decretada nesta segunda-feira (7), após passar por audiência de custódia. A decisão foi tomada com a justificativa de manter a ordem pública e garantir o andamento das investigações. (Vídeo abaixo)

Durante a audiência, o juiz responsável negou o pedido de liberdade provisória e o relaxamento da prisão, entendendo que o caso requer maior atenção por envolver um agente público armado em uma situação de violência fora de serviço.

Entenda o caso: feirante foi morto a tiros a caminho do trabalho

A Corregedoria da Polícia Militar do Rio apura as circunstâncias da morte de Pedro Henrique, que era feirante e foi atingido por disparos feitos pelo sargento Baraúna, que estava de folga. O crime ocorreu na Praça Panamericana, no bairro da Penha, quando o rapaz se dirigia ao trabalho, por volta das 6h da manhã.

Segundo relatos de testemunhas, o militar havia saído de uma boate nas proximidades acompanhado da esposa, após suposta confusão no interior da casa noturna. O casal teria sido expulso do local após uma briga, momento em que a mulher do policial, Natália Regina, acusou Pedro Henrique de ter sido um dos agressores.

Ao ser abordado pelas equipes da PM no local do crime, o sargento afirmou que atirou em legítima defesa, alegando que o feirante tentou atacá-lo com uma faca. A versão, no entanto, foi contestada imediatamente pela família da vítima, que afirma que Pedro não frequentava a boate e saiu de casa direto para montar a barraca de pastéis onde trabalhava com o pai.

“Meu filho acordou às 3h da manhã para trabalhar. Aí dizem que ele estava em boate? O celular dele mostra o horário que ele despertou. Foi assassinado à toa. A gente só quer justiça”, desabafou Jailton Dantas, pai da vítima, em entrevista à TV Globo.

Amigos e familiares descrevem Pedro Henrique como um jovem trabalhador, querido e dedicado, que acordava cedo todos os dias para ajudar o pai no comércio.

Corregedoria da PM investiga caso e instituição repudia abuso de autoridade

A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro divulgou nota oficial lamentando o ocorrido e destacando que não compactua com abusos cometidos por seus integrantes, reforçando que casos como esse são apurados com rigor disciplinar.

A Corregedoria Interna da corporação já foi acionada e está conduzindo uma investigação para apurar as responsabilidades do policial envolvido no homicídio.

A comoção nas redes sociais foi imediata, com diversas publicações exigindo justiça por Pedro Henrique.