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Resort do tráfico é encontrado e demolido no Rio de Janeiro

Polícia Civil e Militar trabalham para demolir resort do tráfico no Rio de Janeiro, pertencente ao chefe do TCP, Peixão.

Reprodução/TV Globo
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Rio de Janeiro - A Polícia Civil e a Polícia Militar deflagraram, na manhã desta terça-feira (11), uma operação no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio de Janeiro, para demolir imóveis de luxo pertencentes a Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, chefe da facção Terceiro Comando Puro (TCP). Entre os alvos da ação está um “resort” do tráfico localizado em Parada de Lucas.

Na chegada das forças de segurança, houve intenso tiroteio, e a Avenida Brasil precisou ser fechada temporariamente por questões de segurança. O trânsito foi liberado por volta das 6h. Já na SuperVia, o Ramal Saracuruna enfrentou interrupções entre Caxias e Penha devido à operação.

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Imóveis de luxo do tráfico serão demolidos

De acordo com as investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), os imóveis de Peixão foram erguidos com dinheiro ilícito do tráfico e serviam como base para armazenamento de drogas e armamentos pesados. A mansão conhecida como “Resort Green”, que contava com lago privativo, piscinas e estrutura sofisticada, será derrubada, assim como um prédio que funcionava como academia equipada com aparelhos de última geração.

Além disso, segundo a Polícia Civil, a construção do resort foi feita de maneira irregular, em uma área de preservação ambiental, causando desmatamento ilegal e alteração no curso d’água.

Precisamos agir de forma incisiva contra esses traficantes, que na verdade são narcoterroristas, aterrorizando a população para evitar operações policiais“, afirmou Felipe Curi, chefe da Polícia Civil.

Traficante impõe intolerância religiosa

Investigado há anos, Peixão é considerado um dos criminosos mais procurados do Rio de Janeiro e nunca foi preso. Ele comanda o Complexo de Israel, que abrange as comunidades da Cidade Alta, Parada de Lucas, Vigário Geral, Cinco Bocas e Pica-Pau.

A facção liderada por ele impõe uma “ditadura religiosa”, expulsando moradores de religiões de matriz africana e proibindo cultos de candomblé e umbanda. Símbolos da Estrela de Davi e bandeiras de Israel são usados para marcar o território dominado pela facção.

Antes de se tornar líder do tráfico, Peixão, então conhecido como Alvinho, foi criado pela mãe, uma umbandista. Com sua conversão à evangélico, passou a perseguir seguidores de outras crenças, ordenando a destruição de terreiros e a retirada de imagens de santos das favelas sob seu domínio.

A operação da polícia continua em andamento para identificar e destruir outras propriedades vinculadas ao tráfico, além de intensificar a busca por Peixão e seus aliados.