Niterói - Na próxima sexta-feira, 7 de fevereiro, às 9h, o Mercado Municipal de Niterói será oficialmente reconhecido como Patrimônio Histórico, Cultural, Turístico, Gastronômico e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. A cerimônia contará com a presença da deputada estadual Verônica Lima, autora da Lei 10.259/2024, que concede o título ao espaço.
O evento também reunirá autoridades municipais e estaduais, incluindo o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, a presidenta da Fundação de Arte de Niterói, Micaela Costa, o vereador Sylvio e representantes da cultura e do comércio local.
O renascimento do Mercado Municipal de Niterói
Inaugurado em 1930, o Mercado Municipal se destacou como um dos mais importantes centros de abastecimento do país, sendo comparado ao Mercado Central de São Paulo. No entanto, após anos de abandono, o local foi revitalizado e reaberto, trazendo uma nova dinâmica para a cidade.
Hoje, além de ser um importante polo comercial, o Mercado também se tornou um ponto de encontro para moradores e turistas, promovendo a cultura, gastronomia e economia local. Desde sua reabertura, o espaço gerou um impacto econômico expressivo, movimentando mais de R$ 100 milhões e criando mais de 3 mil empregos diretos e indiretos.
Reconhecimento e valorização da cultura local
Para a deputada Verônica Lima, autora da lei que oficializa o reconhecimento do Mercado como patrimônio do estado, o título reafirma a importância histórica e cultural do espaço para a identidade de Niterói:
“O Mercado Municipal de Niterói é muito mais do que um centro de comércio. Ele carrega a memória, os sabores e as histórias da nossa gente. Reconhecê-lo como Patrimônio Imaterial do Estado é preservar essa identidade cultural, garantir que futuras gerações possam vivenciar essa tradição e fortalecer a economia local. É um símbolo de pertencimento e resistência da nossa cidade Sorriso”, destacou a parlamentar.
Com o novo título, o Mercado Municipal se consolida ainda mais como referência gastronômica, turística e cultural, reforçando seu papel na valorização do patrimônio niteroiense.
O mercado estava abandonado em uma área degradada
Depois de quase 40 anos de abandono, o Mercado Municipal de Niterói foi reaberto pelo prefeito Axel Grael em 2023. O prédio histórico de arquitetura art déco que se encontrava completamente abandonado, era visto como um problema para a região central da cidade. Moradores cobravam das autoridades a reforma do local e do entorno que por décadas estava largado e era uma área degradada de Niterói. No local haviam galpões abandonados com centenas de pessoas em condições sub-humanas.
O prédio foi restaurado, passando por um retrofit. O local que estava largado e abandonado recebeu R$ 69 milhões em investimentos da iniciativa privada. Localizado na Avenida Feliciano Sodré número 488, o prédio que outrora era motivo de insatisfação, passou a ter 172 lojas de gastronomia, decoração, cervejarias, charcutaria, peixaria, artesanato, queijaria, entre outros serviços. O local passou por uma grande revitalização, com a preservação das características do prédio original e ajustes internos para adequá-lo à atualidade.
A recuperação e a reabertura do espaço foram feitas através de uma parceria entre a Prefeitura de Niterói e o Consórcio Novo Mercado Municipal. Foi firmada uma Parceria Público Privada (PPP) para os próximos 25 anos.
O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, ressaltou que o caminho até a inauguração do Mercado foi longo e com muito trabalho. “Isso é resultado de uma continuidade das políticas públicas. Idealizamos esse projeto em 2017. Essa área era uma área degradada de Niterói. Aqui havia galpões abandonados com centenas de pessoas em condições sub-humanas. Em uma força-tarefa, essas pessoas foram apoiadas pela Prefeitura. Todo grande projeto é um sonho e nós sonhamos com a reabertura do Mercado. Aqui é um lugar histórico.”
História
O prédio do Mercado Municipal de Niterói faz parte de um conjunto arquitetônico da região portuária da cidade e possui significativa importância histórica. Em 1977, após o fechamento do Mercado, o espaço passou a ser o Depósito Público Estadual. O local também serviu como base para o CEASA (Centrais de Abastecimento), e um centro de assistência social.
A revitalização do espaço inclui uma intervenção urbanística e paisagística no entorno imediato e adjacências do Mercado. Essa requalificação urbana e paisagística envolve a reestruturação viária do local, a criação de novas centralidades e de um novo polo turístico e entretenimento, geração de empregos e renda para o município.