Polícia

Sócio de laboratório investigado por transplantes infectados é preso no Rio

Sócio de laboratório investigado por transplantes infectados é detido no Rio de Janeiro. Conheça os detalhes e desenvolvimentos do caso.

Foto: Reprodução/GloboNews
Foto: Reprodução/GloboNews

Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, sócio do laboratório envolvido no caso dos transplantes infectados por HIV, e primo do ex-secretário estadual de Saúde e deputado Doutor Luizinho, foi preso na manhã desta quarta-feira (23) após se entregar na Delegacia do Consumidor (Decon), no Rio de Janeiro, acompanhado de seu advogado.

A prisão preventiva de Matheus foi decretada na noite de terça-feira, mas ele se apresentou antes das 9h e teve que esperar cerca de 20 minutos até a chegada dos agentes, já que a delegacia ainda estava fechada. Segundo a Decon, agentes já estavam nas ruas desde antes das 6h, em cumprimento ao mandado de prisão preventiva contra Matheus, que havia sido expedido na noite de terça-feira.

Com sua prisão, todos os seis envolvidos no caso estão agora presos preventivamente, garantindo o andamento das investigações.

Quem são os indiciados?

  • Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira – Sócio do laboratório
  • Jacqueline Iris Barcellar de Assis – Funcionária
  • Walter Vieira – Sócio
  • Ivanilson Fernandes dos Santos – Funcionário
  • Cleber de Oliveira Santos – Funcionário
  • Adriana Vargas dos Anjos – Coordenadora

Segundo o Ministério Público, o erro que levou seis pacientes a serem transplantados com HIV foi resultado de uma tentativa de economizar custos no laboratório. A promotora Elisa Ramo Pittaro Neves destacou em sua denúncia que todos os envolvidos estavam cientes de que o controle de qualidade dos exames estava comprometido, com reagentes sendo usados por tempo excessivo, o que degradava sua eficácia.

Acusações e desdobramentos

A Delegacia do Consumidor (Decon) concluiu o inquérito, indiciando os seis sócios e funcionários por lesão corporal gravíssima, associação criminosa, falsidade ideológica e por induzir o consumidor a erro. Uma das indiciadas também foi acusada de falsificação de diploma. A prisão preventiva foi solicitada para todos os envolvidos, e mandados de busca e apreensão já foram cumpridos nas unidades do laboratório PCS Saleme.

A investigação continua, focando agora no processo de contratação do laboratório. O caso conta com o apoio do Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) e da Controladoria-Geral do Estado.

Defesa do laboratório

Em nota, a defesa do laboratório PCS Lab Saleme classificou o pedido de prisão de Matheus Vieira como “arbitrário”, afirmando que ele se apresentou voluntariamente e está colaborando com as investigações. A defesa também alegou que os laudos errados que resultaram na infecção dos pacientes foram episódios pontuais causados por falha humana, e que as análises feitas em outros doadores comprovam isso.