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Operação mira quadrilha do falso sequestro no Rio

Polícia Civil realiza operação contra facção criminosa do falso sequestro no Rio de Janeiro. Descubra os detalhes dessa grande ação.

Divulgação | Polícia Civil
Divulgação | Polícia Civil

A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou, na manhã desta terça-feira (22), uma operação de grande escala contra uma facção criminosa que atua em presídios do estado e que movimentou R$ 70 milhões por meio de golpes de falso sequestro e tráfico de drogas. A facção, conhecida como Povo de Israel (PVI), já domina 13 unidades prisionais, chamadas de “aldeias”, influenciando cerca de 18 mil detentos, o que representa 42% da população carcerária do Rio.

Estrutura criminosa e lavagem de dinheiro

A operação, conduzida pela Delegacia Antissequestro (DAS), contou com o apoio da Subsecretaria de Inteligência e da Corregedoria da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). A investigação, que já dura 10 meses, revelou um complexo esquema de lavagem de dinheiro utilizando laranjas e empresas fantasmas. Ao longo de dois anos, a facção movimentou milhões por meio de extorsões e tráfico de drogas, além de já planejar expandir suas operações para fora dos presídios.

Primeira fase da Operação 13 Aldeias

Na primeira fase da Operação 13 Aldeias, estão sendo cumpridos 44 mandados de busca e apreensão, além de bloqueios de contas e ativos financeiros de 84 investigados. A operação também resultou no afastamento de cinco policiais penais suspeitos de envolvimento com a facção. As ações ocorrem em diversos locais, como Copacabana, Irajá, e cidades da Região Metropolitana e interior do estado, como São Gonçalo, Maricá, Búzios e Rio das Ostras, além de uma ramificação no Espírito Santo.

O modus operandi da facção

Os golpes mais utilizados pela facção incluem:

  • Falso sequestro: De dentro dos presídios, os criminosos ligam para números aleatórios e fingem ser parentes das vítimas, exigindo resgates em dinheiro.
  • Falsa taxa: Presos se passam por traficantes e exigem o pagamento de supostas dívidas de comerciantes, ameaçando com retaliações.

Envolvimento de policiais penais

Entre os alvos da operação estão cinco policiais penais, que são suspeitos de ajudar na entrada de celulares e na facilitação das extorsões realizadas de dentro das prisões. As diligências incluem presídios onde a facção tem controle, como o Presídio Nelson Hungria, no Complexo de Gericinó, que é considerado a “central da extorsão” da organização.

Divulgação | Polícia Civil

Divisão interna da facção

A investigação revelou uma clara divisão de tarefas dentro da facção. Os “empresários” são responsáveis por fornecer os celulares, enquanto os “ladrões” realizam as ligações para as vítimas. Já os “laranjas” recebem os valores extorquidos e movimentam o dinheiro.

A operação é um duro golpe contra o Povo de Israel, que além de dominar presídios no Rio de Janeiro, já possui ramificações em estados como São Paulo e Espírito Santo, ampliando sua rede criminosa.