Na tarde e noite desta segunda-feira (21), e manhã desta terça-feira (22), moradores de Niterói foram surpreendidos pela chamada “chuva de tanajura”, um fenômeno que ocorre quando as fêmeas da espécie de formigas saúva surgem em grandes quantidades. Em diversos pontos da cidade foram observadas várias. Este comportamento é típico após períodos de chuvas nos meses de setembro e outubro, devido ao ciclo de acasalamento das formigas.
O que fazer em caso de infestação?
Apesar de não representarem risco à saúde, as tanajuras em grande quantidade podem gerar desconforto, especialmente em áreas residenciais e comerciais. Especialistas recomendam que, ao perceber a formação de formigueiros próximos a casas, deve-se evitar o uso de inseticidas de forma indiscriminada. Se necessário, é indicado buscar ajuda profissional para controlar a infestação.
O fenômeno e a reprodução
As tanajuras, conhecidas por suas grandes asas, pertencem à família Saúva. Elas tendem a realizar esse voo nupcial logo antes de chuvas intensas, prevendo que os formigueiros podem inundar. Com o voo, elas procuram novos parceiros e territórios para iniciar novos ninhos.
Uma iguaria inusitada
Em algumas regiões do Brasil, as tanajuras são consumidas fritas com manteiga ou óleo e sal, muitas vezes acompanhadas de farofa. Do ponto de vista nutricional, esses insetos são ricos em lipídios e proteínas, sendo considerados uma alternativa de alimento em determinadas culturas.
O fenômeno pode continuar enquanto as condições climáticas forem favoráveis, com mais tanajuras saindo para iniciar seus novos ciclos de vida.
Espécie
A formiga Içá ou Tanajura é a reprodutora da espécie Saúva, desempenhando um papel fundamental na perpetuação da espécie. Após aproximadamente três anos de desenvolvimento de um formigueiro, ele começa a produzir essas formigas reprodutoras, que voam na Primavera para dar início à criação de novos formigueiros.
Curiosamente, apenas cerca de 1% das Içás conseguem atingir seu grande objetivo, que é fundar um novo formigueiro. A grande maioria, ou seja, 99% das içás, acaba servindo de alimento para outros animais, especialmente peixes, ao caírem nas águas durante o voo nupcial.
Este ciclo natural, além de garantir a dispersão genética das formigas, também desempenha um papel importante no ecossistema, oferecendo uma fonte de alimento para diversas espécies aquáticas.