Na política há dessas coisas… Tudo pode mudar no dia seguinte. O país viveu uma polarização política entre as forças progressistas com Lula no comando e o retrocesso de valores básicos da democracia com Bolsonaro.
Ganhou a Democracia com Lula. Próximo ou não, faltam 3 meses para eleições de outubro quando mais de 150 milhões de brasileiros vão eleger mais de 5.000 prefeitos e cerca de 60 mil vereadores. É provável que em alguns municípios a eleição seja federalizada e a polarização possa acontecer.
Niterói, que já foi capital do Estado do Rio de Janeiro, chega a 56 prefeitos na eleição de outubro, entre eleitos e indicados. O primeiro gestor foi Paulo Alves, em 1904, do Partido Republicano, nomeado pelo então governador Nilo Peçanha. Já no exercício de gestão está Axel Grael, do PDT, eleito democraticamente.
Neste ciclo de prefeitos eleitos no pleno exercício da Democracia, os partidos progressistas PDT e PT se revezam no poder há quase quatro décadas. Pode e deve ser avaliado este ciclo administrativo para que se tenha novos avanços de políticas públicas.
No entanto, se Niterói ainda não enraizou uma nova identidade, desde que perdeu o status de capital, sem dúvida, neste ciclo de prefeitos de partidos progressistas, avançou administrativamente e chegou ao patamar da terceira cidade do país em qualidade de vida e a primeira em educação, reconhecida pela ONU.
Projetos como o Caminho Niemeyer, com a inauguração do MAC e o Programa Médico de Família, elevaram Niterói a um novo patamar na Saúde e na Cultura, nas gestões de Jorge Roberto Silveira (PDT) e João Sampaio (PDT). Pós-Jorge foi eleito Godofredo Pinto (PT).
No ciclo mais recente, com Rodrigo Neves (PDT) e Axel Grael (PDT), Niterói virou referência, com um novo olhar positivo da população e do mundo, pelo trabalho exemplar na pandemia, não só em defesa da população mas dos setores produtivos da cidade. Foi uma ação exaustiva que deixou um exemplo e um legado sobre a importância da vida numa situação de crise e tragédia.
A cidade também avançou com Rodrigo Neves em políticas públicas na áreas Social, na Educação, Cultura, Saúde, Segurança e Mobilidade Urbana com o Moeda Araribóia, a Biblioteca Parque, o Cisp com 500 câmeras de segurança, o Programa Niterói Presente, 26 novas escolas municipais, Hospital Getulinho, Maternidade Alzira Reis, Hospital Oceânico, a Sala Nelson Pereira dos Santos, alargamento da Rua Marquês do Paraná, asfaltamentos na Região Oceânica, Skate Parque São Francisco e Fonseca, Parque Esportivo do Caramujo, plataformas digitais na Engenhoca e Viradouro e tantas outras obras.
Na mobilidade urbana, Rodrigo tirou da gaveta um projeto que já estava na expectativa há cerca de meio século, o Túnel Charitas-Cafubá, que uniu de vez os niteroienses.
Neste ciclo, chega Axel Grael e avança no protagonismo de Niterói como a cidade que mais investiu na Região Metropolitana na área ambiental, inaugurando novos parques, como o Parque Orla Piratininga, ampliando as ciclovias, consolidando-a como cidade sustentável, com mais de 50% de área ambiental protegida, inaugurando o Mercado Municipal e abrindo a Ilha da Boa Viagem para visitação.
Aqui, administrações anteriores não estão sendo banalizadas, apenas trata-se de uma breve análise do atual ciclo administrativo aos olhos da população. No entanto, é preciso destacar que o ex-prefeito Waldenir de Bragança, mesmo não sendo um prefeito de esquerda, teve grande contribuição para que os royalties do petróleo chegasse a Niterói, na sua árdua campanha como presidente nacional dos prefeitos.
Retomando a questão da polarização, o comício realizado na Praia de Icaraí, pelo candidato a prefeito de oposição ao poder atual de Niterói, que contou com presença do ex-presidente Bolsonaro, teve pouquíssimas pessoas frustrando a expectativa dos organizadores.
Assim é a política com seus termômetros de temperaturas variáveis. É preciso, no entanto, ter a clareza de que quem decide a eleição é o povo, representado pelos jovens, mulheres, idosos e outros segmentos da população.
A recente manifestação na Praia de Icaraí mostrou uma realidade sobre como pensa, se posiciona, avalia e como decide a população de Niterói diante dos problemas da cidade. Além de questões políticas partidárias nacionais, as famílias niteroienses querem gestores com experiências administrativas, que conheçam os problemas de cada canto, de cada rua, de cada comunidade, de cada bairro, e, principalmente, que tenha um compromisso afetivo e orgânico com a cidade.
O primeiro recado foi dado!
Mário Sousa é jornalista e analítico