A Universidade Federal Fluminense (UFF) está organizando um posto de coleta para realização de teste rápido de COVID-19 em voluntários da comunidade acadêmica a fim de monitorar a doença. Nesse primeiro momento, a coleta será dedicada a estudantes, técnicos e docentes com 50 anos ou mais, independentemente de terem sido infectados no passado. O agendamento começa nesta segunda-feira, 29 de março, e pode ser solicitado a partir do preenchimento de formulário enviado no email iduff. Somente serão atendidas pessoas com horário agendado pelo formulário. A comunidade dos campi fora de sede também será testada por uma unidade itinerante com datas a serem determinadas.
O teste sorológico é realizado pela coleta de uma gota de sangue na ponta do dedo e aplicação em um cartucho de análise. Os resultados saem em até 10 minutos, indicando se a pessoa já foi infectada e se ainda tem produção de anticorpos contra o coronavírus.
O “Inquérito sorológico para o SARS-CoV2 em acadêmicos, docentes e técnicos administrativos da Universidade Federal Fluminense” é um projeto de pesquisa aplicada multidisciplinar, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Humanos da UFF. A iniciativa está ligada ao “Observatório Covid-19 UFF”, uma ação administrativa que pretende mapear a prevalência de COVID-19 e de pessoas imunizadas para SARS-CoV2 na comunidade acadêmica.
De acordo com o reitor da UFF, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, essa medida faz parte de um projeto mais amplo de integração entre pesquisa e gestão para entender o estágio epidemiológico da doença e embasar com evidências científicas a tomada de decisão. “Estamos trabalhando com intensidade em várias frentes. Conseguimos um robô que melhorou a capacidade do Centro de Testagem da UFF. Temos um grupo da epidemiologia que está fazendo um inquérito sorológico de trabalhadores presenciais de serviços essenciais. Estamos investindo em equipamentos de proteção individual específicos para o grupo para oferecer segurança aos participantes da coleta. Além disso, decidimos testar toda a comunidade da UFF acima de 50 anos tanto em Niterói quanto em outras cidades por meio de uma unidade de testagem itinerante”, explicou o reitor.
A pesquisa já estava em desenvolvimento para avaliar a segurança dos procedimentos e protocolos de coleta, aplicando os testes em trabalhadores de serviços essenciais da UFF. De acordo com Fabio Aguiar Alves, Professor de Bioquímica e Biologia Molecular, a testagem tem sido um sucesso. “Temos interesse em entender a situação epidemiológica atual dos docentes, técnicos e estudantes da universidade, e quem sabe, gerar conhecimento para embasar o planejamento estratégico das atividades profissionais e acadêmicas para nossa comunidade”, afirmou.
A Professora do Departamento de Epidemiologia e Bioestatística do Instituto de Saúde Coletiva, Jackeline Lobato, explicou que: “a realização de inquéritos sorológicos em diferentes momentos da epidemia fornece subsídios para tomadas de decisões a curto e longo prazos. A participação de toda comunidade acadêmica é essencial para termos um retrato real de como a doença nos afetou”.
Nessa etapa, os testes serão agendados previamente para evitar aglomeração no local. Estudantes, técnicos e docentes receberão por e-mail um convite para manifestar interesse e reservar horário. Finalizada a etapa do inquérito sorológico de pessoas com 50 anos ou mais, a ideia é, paulatinamente, expandir para todos os membros da comunidade acadêmica da UFF.
Além disso, estudantes, técnicos e docentes devem responder à Pesquisa Online sobre a COVID-19. Nesse caso, todos podem participar, sem limite de idade ou ter manifestado a doença. O questionário é composto por blocos contendo identificação, fatores de risco, adoecimento por COVID-19, vacinação e distanciamento social.
A realização de inquéritos sorológicos em diferentes momentos da epidemia fornece subsídios para tomadas de decisões a curto e longo prazos. O projeto de pesquisa visa contribuir para um mapeamento relacionado à produção de anticorpos para o SARS-CoV2 na população de nossa universidade. Além disso, será possível contribuir para a compreensão epidemiológica da infecção nos municípios participantes e adjacências e identificar o percentual de pessoas imunizadas na comunidade acadêmica da UFF.
Já foram adquiridos cinco mil testes rápidos sorológicos. Até o segundo semestre, é esperada a chegada de mais 20 mil testes, a serem obtidos por doação de órgãos públicos ou aquisição. Em parceria com a Fiocruz, a UFF pretende ampliar a cobertura e realizar mais testes até o final do ano.