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CIDADE: Tocha olímpica emociona niteroienses

CIDADE: Tocha olímpica emociona niteroienses

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CIDADE – Milhares de pessoas acompanharam, na tarde de terça-feira (2/8), o revezamento da tocha olímpica em Niterói e fizeram festa nas ruas da cidade. Além de assistirem à trajetória da chama, as pessoas puderam aproveitar uma série de atrações culturais em nove pontos ao longo do trajeto de cerca de 18 quilômetros, com apresentações de bandas e artistas locais. Na quarta-feira (3/8) pela manhã, velejadores campeões olímpicos de Niterói conduziram o fogo olímpico para o Rio de Janeiro, onde foi recebido pelo prefeito Eduardo Paes e por oficiais da Escola Naval.

“Niterói viveu intensamente o espírito olímpico com seus atletas e milhares de cidadãos. Parabéns para todos nós! Milhares de niteroienses acompanharam com entusiasmo a passagem da tocha olímpica. Um dia histórico para a cidade! Que a solidariedade, tolerância e superação continuem inspirando nossa cidade”, exaltou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves.

O percurso, que estava marcado para começar na frente da Praça Arariboia, foi iniciado na Praça Duque de Caxias, no Gragoatá, por volta das 17h20, devido a manifestações no Centro. A tocha seguiu pela orla da Boa Viagem e das  praias das Flechas, de Icaraí e de São Francisco, voltando pelo Túnel Raul Veiga, pelas avenidas Roberto Silveira, Marquês do Paraná, Amaral Peixoto e Visconde do Rio Branco e chegando ao Caminho Niemeyer. Centenas de pessoas correram acompanhando a chama olímpica na cidade, que foi protegida por homens da Força Nacional e guardas municipais.

Foram 74 condutores, e alguns emocionaram o público, como Aída dos Santos – única mulher da delegação brasileira a participar das Olimpíadas de Tóquio, em 1964 – ovacionada pelo público e que passou a chama para a sua filha Valeskinha, campeã de vôlei nos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim.

O secretário municipal de Esportes e Lazer, Bruno Souza, ex-atleta do handebol, foi responsável por levar a chama até o Museu de Arte de Contemporânea (MAC) e não escondeu a emoção:

“Um sentimento único, exatamente como eu senti entrando numa quadra na minha primeira Olimpíada. Depois de rodar o mundo e obter muitas conquistas, conduzir a tocha na minha cidade, sendo rodeado pelo carinho de tantas famílias e junto ao nosso maior ícone, projetado pelo gênio Niemeyer, foi uma emoção sem igual”, comemorou Bruno.

Em Icaraí, milhares de niteroienses invadiram as areias da praia e o calçadão para ver a passagem da tocha, embalados pelo som da banda do Colégio São Vicente de Paulo.

O clima em São Francisco estava muito descontraído e animado, os restaurantes da orla cheios, muitas famílias assistindo ao shows nos dois palcos que foram montados na praia: a banda Naya se apresentou no Skatepark; e a banda Bicho Solto, em frente à Avenida Rui Barbosa.

O triatleta niteroiense Armando Barcellos estava muito feliz e foi incentivado pelos filhos que correram ao lado do comboio, por volta das 18h30, quando a chama passou pelo bairro.

Também sobrou emoção na passagem da tocha na Avenida Roberto Silveira, onde o jogador de handebol Fernando José Pacheco Filho, o Zeba, foi o condutor. Grande parte do público se concentrou em frente ao Instituto Abel e, animada, invadiu as pistas antes mesmo do comboio passar, realizando uma verdadeira festa na rua.

No Centro, a Praça da República foi tomada pela Sinfônica Ambulante, que animava o público. A euforia ganhou ainda mais força quando Torben Grael, maior campeão olímpico do País – ao lado do também velejador Robert Scheidt – recebeu o artefato em mãos. Entre gritos de “Torben! Torben!”, o detentor de duas medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze recebeu o carinho dos niteroienses. A triatleta Sandra Soldan, que competiu em Sydney-2000, deu sequência à passagem da tocha, sendo aplaudida pela população.

Mas o ponto alto da festa ficou com os campeões da vela brasileira: Clínio Freitas carregou a Tocha Olímpica na reta final do percurso, entregando o principal símbolo dos Jogos para o parceiro Lars Grael – a dupla conquistou o bronze em Seul-1988. Lars, com uma prótese especial na perna direita, trilhou o caminho até a pira olímpica, posicionada em um palco no Caminho Niemeyer. Ovacionado pelas cinco  mil pessoas que compareceram ao show de encerramento e puderam ver a pira sendo acesa por ele. Os Jogos tiveram início para Niterói.

“É uma emoção singular na minha trajetória como cidadão brasileiro, atleta olímpico e velejador representar brasileiros que dão a vida por uma causa e que têm no esporte uma referência de valores. A nossa cidade de Niterói é o berço da vela brasileira, mas também do surf, do triatlo, de campeões de handebol e basquete e de tantas outras modalidades. Todos os que carregaram a tocha mostraram uma imagem de superação, de otimismo e de um Brasil que pode mudar – e nada melhor do que o esporte para isso. Esse é o verdadeiro espírito olímpico, de paz, dos valores olímpicos”, falou Lars, emocionado.

Travessia

Ao amanhecer, a chama olímpica, que pernoitou em Niterói, cruzou a Baía de Guanabara rumo à cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016. A missão de realizar a travessia foi de um esquadrão de campeões da vela niteroiense: Torben e Lars Grael, Marcelo Ferreira, Clínio Freitas, Isabel Swan, Nelson Falcão e Ronnie Senfft – um total de 11 medalhas olímpicas a bordo.

O protocolo olímpico teve início com o Torben recebendo a tocha na lendária embarcação Aileen, que pertenceu ao patriarca Preben Schmidt. A tocha passou por cada uma das mãos dos mestres da vela olímpica e, a bordo do barco Lady Lou, seguiu rumo ao Rio de Janeiro.

A travessia durou cerca de uma hora, acompanhada por uma verdadeira procissão de barcos, com os tripulantes exaltando e aplaudindo os velejadores. Por segurança a chama olímpica foi preservada em um recipiente, sendo acesa apenas no desembarque, quando Lars e Torben entregaram o principal símbolo olímpico para o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes.


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Fotos: Alexandre Vieira, Luciana Carneiro e Leonardo Zulluh

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