No dia 21 de novembro teremos eleição na OAB-Niterói, pleito que só perde em importância com a disputa para prefeito da cidade.
Eram 7 candidatos, dois ficaram no meio do caminho. Gilson Dias desistiu para apoiar Augusto Nunes da chapa 4 e Pedro Gen não conseguiu registrar sua chapa e resolveu apoiar Claudio Vianna da chapa 1.
O atual presidente Antonio José Barbosa da Silva, o Toninho, não está na disputa e não apoia nenhum candidato, embora esteja sendo usado por alguns candidatos que divulgam que ele está apoiando-os. Não está. Toninho passa por uma fase delicada de saúde e não deveria ser usado de forma tão torpe eleitoreira. Ele deixa um legado na OAB que deve ser respeitado por todos os candidatos, precisa de apoio e solidariedade dos amigos.
A disputa para a presidência da OAB deveria ser de alto nível, mantendo a liturgia de uma instituição que prima pelos valores éticos, da liberdade, dos direitos humanos e da democracia. Mas não é isso que temos observado em Niterói. Em alguns casos tem resvalado para a vala comum do que tem de pior na prática da política partidária. Tem candidato inventando pesquisa que só existe em sua imaginação e apelando para fake news. Outros fogem dos debates sem nenhuma justificativa aparente.
Como acreditar em candidatos que não querem expor e debater suas propostas numa instituição que é a expressão da cidadania e do Direito? Como candidatos podem ignorar o contraditório e o debate de suas idéias e propostas? É preciso, então, refletir sobre as falácias desses candidatos.
No último debate faltaram Claudio Vianna, Pedro Gomes e Ivan dos Santos Gonçalves.
Outra questão grave no processo eleitoral da OAB, em Niterói, é a fortuna gasta com excessivas placas, propagandas caras, contratação de dezenas de panfleteiros sem nenhuma relação com a advocacia e com a OAB. Parece até propaganda desses políticos enquadrados na Lava Jato.
A OAB deveria ter, como no processo eleitoral partidário, normas mais precisas para sua eleição.
Depois de um ciclo que se esgotou, a OAB Niterói precisa ser oxigenada, precisa avançar, ser respeitada e ter voz ativa junto a Seccional, valorizar o advogado como protagonista e na defesa incansável de suas prerrogativas.
Entre outras propostas, uma me chamou atenção: “A transformação de Niterói em um Polo Irradiador de Cultura Jurídica, que se tornará referência em todo País, gerando novas oportunidades aos advogados da cidade.” É uma visão de empreendedorismo do candidato Augusto Nunes da chapa 4, que tem como seu vice Índio do Brasil.
Mário Sousa é jornalista