Imunana-Laranjal

Força-tarefa identifica ponto exato do vazamento de tolueno que suspendeu captação de água

A investigação revelou que a substância causadora da contaminação é o tolueno, identificado no manancial e responsável pela paralisação do sistema de abastecimento de água, afetando cerca de 2 milhões de habitantes; a situação está sob investigação policial. Já há relatos de escassez de água entre os moradores, mas espera-se que a captação seja restabelecida ainda hoje.

Inea, Cedae e Polícia Civil investigam a contaminação do Sistema Imunana-Laranjal. (Léo Ripamonti)
Inea, Cedae e Polícia Civil investigam a contaminação do Sistema Imunana-Laranjal. (Léo Ripamonti)

Nesta quinta-feira (04/04), representantes da Secretaria de Estado de Ambiente do Rio de Janeiro e da Cedae comunicaram que existem evidências de que o vazamento químico, o qual resultou na suspensão do fornecimento de água em cinco cidades fluminenses, possa ter origem em um oleoduto pertencente à Petrobras.

A Cedae destacou que uma investigação está em curso para determinar se a contaminação provém de fato do oleoduto, considerando que a Petrobras declarou não estar utilizando o duto para o transporte de tais substâncias.

A força-tarefa do Governo do Estado identificou, o ponto exato do vazamento de tolueno, poluente que causou a paralisação da produção de água captada do Sistema Imunana-Laranjal pela Cedae. A previsão da Cedae é de restabelecimento do sistema ainda nesta quinta-feira (04/04).

Técnicos da companhia e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), além de agentes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) rastrearam as margens do manancial e localizaram o foco do problema em um ponto do Rio Guapiaçu, em Guapimirim, na Baixada Fluminense.

Foto: Núcleo de Imprensa do Governo do Estado-RJ

A contaminação foi constatada na quarta-feira pela Cedae, às 5h59, em razão de alteração da qualidade da água bruta (ainda não tratada). Imediatamente, foram realizados testes no Laboratório Biológico de Rastreamento Ambiental (Libra), operado pela companhia, que interrompeu as operações de captação de água do manancial. A partir daí, foi criada a força-tarefa e foi aberta a investigação policial pelo crime ambiental, que vai prosseguir até que sejam identificados todos os responsáveis.

“Por determinação do governador Cláudio Castro, formamos o grupo de resposta ao problema e ativamos um plano de contingência, com ampla divulgação para a população, garantindo a segurança da água que está chegando aos imóveis, além de acionar as concessionárias para apoiarem com carros-pipa os serviços essenciais, como hospitais e escolas” explicou o presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon.

Os rios Guapiaçu e Macacu foram mapeados a partir de diversos pontos de coleta de amostras, o que levou os técnicos a localizar o trecho por onde passa um oleoduto. Para impedir que a água contaminada do Rio Guapiaçu chegue ao ponto de coleta da Cedae, uma barreira foi montada em conjunto com o Inea. O instituto ainda vai realizar uma prospecção de solo (perfuração para coleta de material de análise) para aprofundar as análises.

Imagem: Léo Ripamonti

“Eu assumo um compromisso pessoal de que esse caso não ficará sem solução. Essa força-tarefa em prol da sociedade e do ambiente vai trazer resultados. A multa para quem cometeu essa atrocidade pode chegar a R$ 50 milhões e será aplicada exemplarmente” ressaltou o secretário do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.

A agilidade na identificação do vazamento foi determinante para evitar que a contaminação química chegasse às casas de cerca de dois milhões de pessoas, que recebem a água tratada a partir do sistema Imunana-Laranjal – que abastece as cidades de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, parte de Maricá (Inoã e Itaipuaçu) e a Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro.

Medições e análises continuam

Os técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), da Cedae e da Polícia Civil seguem mapeando e percorrendo as margens dos rios com apoio de helicóptero, drones e uma embarcação. A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) também enviou peritos para acompanhar os exames para realizar vistorias e instaurou inquérito.

As amostras de água dos rios também vão continuar passando por análises do laboratório Libra, que conta com equipamentos japoneses ultramodernos e capazes de analisar, em 30 minutos, as composições físico-químicas e microbiológicas dos materiais, podendo identificar cianotoxinas, carbono orgânico volátil, mib e geosmina; além de pesticidas.

Sobre o tolueno

O tolueno é um hidrocarboneto aromático, inflamável, incolor, volátil, de odor característico. É altamente danoso à saúde se ingerido ou inalado. A substância é produzida na fabricação de gasolina.  É comumente utilizado como matéria-prima de solventes orgânicos em colas e tintas, além de estar presente na borracha; colas e adesivos para ajudar a secar, dissolver e diluir outras substâncias; diluentes de tinta; limpadores de pincéis, esmaltes; removedores de manchas.