Polícia

CISP monitora e identifica veículo utilizado em roubo a residências em Niterói

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Foto: Lucas Benevides

O Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) ajudou policiais da 79ª DP (Jurujuba) em uma investigação que gerou uma operação contra uma quadrilha especializada em roubos de residências de luxo. Após troca de informações entre os policiais civis e guardas municipais da Agência de Inteligência do CISP (AICISP), foi identificado o veículo utilizado pelos criminosos, assim como todo o trajeto percorrido na cidade. Desde 2017, o órgão ajudou as forças de segurança a elucidar mais de 3.569 casos e já foi responsável por ajudar a reduzir em até 80% alguns indicadores de criminalidade na cidade.

O Cisp conta com 522 dispositivos eletrônicos que monitoram o município através da vigilância 24 horas. Mais de 390 veículos foram recuperados, desde 2019, com a implantação do sistema de cercamento eletrônico com a orientação dos agentes do Centro Integrado de Segurança Pública que conta com 120 câmeras do sistema.

Através do Sistema de Cercamento as forças de segurança são orientadas em tempo real para ações que estejam em andamento para realização de abordagens ou podem elaborar ações ou operações que levem à prisão de criminosos. O sistema de cercamento eletrônico é capaz de identificar placas inteiras de veículos ou fragmentos de palavras ou letras.

“Quando um veículo suspeito entra no sistema de cercamento, nossos agentes passam a monitorar com esses dispositivos e pelas câmeras, podendo acompanhar e identificar o comportamento e hábitos de suspeitos, seja por dias ou em questão de segundos. Esse acompanhamento feito pelos guardas é fundamental para ajudar as forças de segurança na elucidação dos crimes e desbaratar quadrilhas, assim como em abordagens em tempo real. Nesse caso da quadrilha, nossos agentes acompanharam a rotina dos suspeitos, o que comprova a importância do serviço de inteligência no auxílio para a elucidação de crimes”, afirma o inspetor Nilson Cunha, diretor do Cisp.

Na operação deflagrada nesta terça-feira (29), a polícia identificou, através do Cisp, criminosos vindos do Rio de Janeiro que roubaram uma residência no bairro de São Francisco, no dia 02/08/2023. Na abordagem às vítimas, os criminosos anunciavam ser policiais. Com o apoio dos agentes que atuam no Cisp, foi identificado o veículo utilizado pelos criminosos, assim como todo o trajeto percorrido na cidade. A identificação do veículo possibilitou a qualificação dos suspeitos além dos pedidos de prisão e de busca e apreensão dos bens, que resultaram na operação da terça-feira.

Foram apreendidos aparelhos celulares, o veículo utilizado no crime e uma joia devidamente reconhecida pela vítima. Um dos autores do crime, que teve mandado de prisão temporária cumprido, também foi preso em flagrante após policiais encontrarem munições em sua casa.

Auxílio às forças de segurança – Ferramenta criada pela Prefeitura de Niterói para auxiliar as forças de segurança no combate à criminalidade, o Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), vem servindo de exemplo para especialistas em segurança, de diversos municípios e estados brasileiros, que buscam o local para avaliar como o trabalho, que já ajudou a reduzir em até 80% os índices de criminalidade, é feito. Agora, o Centro também passou a ser conhecido por representantes da Holanda, Noruega, África do Sul, Índia e Rússia. Pesquisadores desses Países estiveram no Cisp para conhecer de perto o trabalho realizado.

Eles pretendem utilizar e aproveitar o dia-a-dia do monitoramento e os recursos tecnológicos, para junto com outros elementos e análises feitas em outros países, complementar uma pesquisa sobre o comportamento do agente policial diante da tecnologia e com o uso das redes sociais.

Tomasis Alendo é antropólogo e mora na cidade de Bergen, a segunda maior cidade da Noruega, com uma população de cerca de 250 mil habitantes. Ele integra um grupo de pesquisadores da Universidade de Berga e que, dentre outros temas na área de segurança, analisam a relação da cultura policial com o foco nos caminhos que produzem a digitalização do policiamento algorítimico (Algopol), o papel e o comportamento do policial diante da tecnologia.

“Impressionante a redução de criminalidade a partir do trabalho do Cisp. Estamos interessados em saber como a tecnologia muda o trabalho do policial. No caso específico de Niterói existe uma orientação feita pelos guardas municipais que ficam no centro. Vamos usar, além de outras pesquisas, a dinâmica social onde são implementadas. Estamos pesquisando como as ferramentas tecnológicas atuam e no comportamento do policial e como reflete em benefício da sociedade. Também estamos analisando o comportamento social do policial com as redes sociais. Nesse trabalho, cada pesquisador faz um tipo de análise e foi muito importante conhecer o Cisp. Vamos nos aproximar e avaliar”, diz o antropólogo.

O Cisp prepara a ampliação do uso de tecnologia de ponta (Projeto Cisp 2.0), com aperfeiçoamento do software, visando a modernização do Centro para os próximos 10 anos. O CISP recebe denúncias e informações através dos números 153 (telefone) e (21) 98450-0153 (WhatsApp).

O órgão também recebe, na área de delitos, denúncias ou comunicados de roubos, furtos, clonagem de veículos, atitude suspeita, apoio, averiguação preventiva, estelionato, dentre outros. Para cada ação, denúncia ou comunicado, os operadores do Call Center orientam para o órgão responsável ou o setor de inteligência passa a rastrear a situação.

O Cisp integra as forças de segurança estaduais, federais e municipais, além do Corpo de Bombeiros, NitTrans e Defesa Civil, e proporcionou a maior redução de criminalidade que já havia sido registrada na cidade nos últimos 20 anos, chegando a reduzir em mais de 80% alguns indicadores como furtos, roubo de veículos, letalidade violenta, entre outros.