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Niterói celebra o Dia da Consciência Negra

Festival “Viva Zumbi” teve feiras, apresentações de capoeira, debates e feijoada gratuita, além de show da cantora Teresa Cristina | Foto: Luciana Carneiro
Festival “Viva Zumbi” teve feiras, apresentações de capoeira, debates e feijoada gratuita, além de show da cantora Teresa Cristina | Foto: Luciana Carneiro

Niterói realizou, neste domingo (20), Dia da Consciência Negra, uma grande homenagem à luta antirracista com o Festival “Viva Zumbi”, que foi realizado no Caminho Niemeyer. O evento, organizado pela ONG Cidadania em Movimento com o apoio da Prefeitura, contou com feiras, apresentações de capoeira, debates e feijoada gratuita, além de shows com mulheres negras sambistas, como a cantora Teresa Cristina, que fechou o Festival.

Foto: Luciana Carneiro

O prefeito de Niterói, Axel Grael, compareceu ao “Viva Zumbi” e destacou a importância da data para uma reflexão por uma sociedade mais justa e livre de preconceitos. “Neste Dia da Consciência Negra, precisamos refletir que, para se alcançar uma sociedade antirracista, é preciso difundir representatividade e empoderamento ao povo negro. Nossa cidade tem vocação para o avanço e sempre buscamos ações afirmativas, oferecendo representatividade ao povo negro, que constitui a maioria da população do nosso país”, afirmou Axel Grael.

“A maioria dos beneficiários da Moeda Social Arariboia, por exemplo, é de mulheres negras. Esse é um dado que reflete a importância de se fortalecer a igualdade e os direitos dessas mulheres com ações que abram oportunidades e proteção. Seguimos ampliando as políticas públicas de igualdade racial, por meio da Subsecretaria de Promoção da Igualdade Racial, que trabalha com o engajamento da sociedade civil para promover ações humanizadas e em consonância com a garantia de direitos, respeito à diversidade e expansão de oportunidades iguais para todos”, completou o prefeito.

Esta foi a 14ª edição do “Viva Zumbi”, que teve como tema uma série de homenagens às mulheres sambistas. A ancestralidade e a cultura do povo negro estiveram presentes em diversas expressões artísticas como capoeira, literatura, música e debates.

“Mais que uma simbologia, temos de lembrar às pessoas que os negros vivem 365 dias no Brasil. Por mais que lembremos isso, o racismo acaba com a gente, com nossos sonhos e alegrias todos os dias. Diariamente, temos exemplos de racismo, seja estrutural, velado, agressivo. É muito difícil. Então, subir no palco com uma banda formada por mulheres negras, com músicas de compositores negros, é tentar reunir forças para encarar um país racista e cínico como o Brasil. Gravei meu primeiro DVD no Theatro Municipal de Niterói. Durante anos, fiz uma roda de samba com o Eduardo Gallotti (1958-2022), no Casarão de Niterói. É uma cidade muito querida para mim”, disse a cantora Teresa Cristina.

Foto: Luciana Carneiro

O evento contou ainda com apresentações da escola de Samba Mangueira; Mulheres Sambistas; DJ GLAU; Felipe Adetokunbo; Baile das Antigas (União de Niterói); Orquestra de Cordas da Grota; Charanga Secreta; DJ GAB; Maracatu Baque Mulher; Ás de Ouro; Central dos Ogãs; Capoeira Coco Ciência Mestra e Batalha de Rima.

Também estiveram presentes no “Viva Zumbi” o secretário executivo da Prefeitura, Bira Marques; o secretário de Participação Social, Anderson Pipico; o secretário de Assistência Social, Elton Teixeira; e o secretário de Direitos Humanos, Rafael Adonis.

Dia da Consciência Negra

O Dia da Consciência Negra é celebrado no Brasil em 20 de novembro desde 2003, quando foi incluído no calendário escolar nacional, mas foi instituído oficialmente como feriado no país apenas em 2011. A data foi escolhida por ser aniversário de morte de Zumbi dos Palmares, o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, em Pernambuco. Escravo que virou símbolo da luta do povo negro contra a escravidão, Zumbi foi assassinado durante uma batalha contra as forças da Coroa Portuguesa. Ele teve a cabeça cortada e exposta em praça pública, como forma de desmentir a lenda sobre sua imortalidade.