Justiça

Julgamento de Flordelis segue pelo terceiro dia em Niterói

Flordelis no terceiro dia de julgamento em Niterói | Foto: TJRJ
Flordelis no terceiro dia de julgamento em Niterói | Foto: TJRJ

O terceiro dia do julgamento da ex-deputada federal Flordelis, acusada de ser a mandante do assassinato do pastor Anderson do Carmo, começou, nesta quarta-feira (9/11), com o depoimento de Luana Rangel Pimenta. Ela é casada com o ex-vereador de São Gonçalo Wagner Pimenta, conhecido como Misael, filho adotivo de Flordelis. Além da ex-deputada, estão sendo julgados a filha biológica dela Simone dos Santos Rodrigues e mais dois filhos adotivos, Marzy Teixeira da Silva e André Luiz de Oliveira, e também a neta, Rayane dos Santos Oliveira, filha adotiva de Simone.

Luana falou aos jurados sobre as tentativas de envenenamento das quais Anderson já havia sido vítima. Ela disse que já tinha visto Flordelis colocar substâncias no suco de Anderson, alegando que era uma forma de ele tomar os remédios prescritos por médicos.

Segundo o depoimento, o pastor era teimoso e não costumava ir ao hospital, apenas quando as dores eram insuportáveis, e que ele chegou a perder quase 20 quilos.

Por mais de duas horas, Luana revelou informações sobre a família e sobre o dia do assassinato, em junho de 2019. Ela afirmou que não tinha dúvidas de que a sogra era a mandante do homicídio e que, nos dias seguintes à morte, os parentes tentaram se afastar de Flordelis, com medo. De acordo com Luana, a pastora acabou se afastando de Deus e agindo de forma contrária ao que pregava.

O segundo a depor hoje foi Daniel, filho adotivo de Flordelis, como informante. Por videoconferência, ele se comoveu ao falar sobre Anderson e reconstituir os acontecimentos do dia do assassinato. Flordelis também chorou e foi amparada pelos advogados. Ele disse que estava dentro de seu quarto quando ouviu os tiros. Assustado, foi ver o que tinha acontecido e encontrou a mãe gritando que haviam matado o marido.

Daniel, que disse que só soube que era adotado na delegacia, após a morte do pastor, contou que já havia escutado um plano para matar Anderson, mas que a ideia não tinha sido executada.

A filha afetiva Daiane de Freitas, terceira testemunha de acusação a prestar depoimento nesta quarta-feira, lembrou que o pastor Anderson do Carmo sempre falou bem da esposa, até na igreja, para todos, sempre com muito carinho, com muito amor. Para os filhos ele dizia: “A mãe de vocês, mesmo estando errada, ela está certa”. Segundo a filha afetiva, ele sempre colocou Flordelis acima de tudo.

Muito emocionada, Daiane disse que, após a morte pai, quando começaram as suspeitas do envolvimento de integrantes da família no assassinato dele, falou para os irmãos que não era ingratidão com a mãe Flordelis falar a verdade e, sim, uma libertação. “Foi isso que ela me ensinou, ser honesta. Ver minha família ir contra tudo o que eles pregavam é uma decepção muito grande. Eu não consigo continuar com vocês se vocês tiverem envolvidos nisso”, teria pontuado para eles.

No final da tarde, começou o depoimento de Raquel dos Passos Silva, filha biológica de Carlos Ubiraci – filho afetivo de Flordelis -, e neta da ex-deputada.

De segunda-feira até o início do depoimento de Raquel, foram ouvidas nove testemunhas de acusação: os delegados Bárbara Lomba e Allan Duarte, Regiane Ramos, o inspetor Tiago Vaz, os filhos de Flordelis Alexsander Mendes (chamado de Luan), Wagner Pimenta (conhecido como Misael), Daniel de Souza e Daiane de Freitas e a nora Luana Pimenta (esposa de Misael)