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Lendas do surfe dão show em Niterói

Foto: Pedro Monteiro

As “lendas” do surfe deram um show na etapa final do CBSurf Itacoatiara Master, neste domingo (16), no costão da Praia de Itacoatiara, que abriu a série de três etapas do Circuito Brasileiro de Master da Confederação Brasileira de Surf. Grandes nomes do surfe brasileiro estiveram no circuito este ano.

Foto: Pedro Monteiro

Surfistas com longas trajetórias de conquistas e títulos que são campeões brasileiros, mundiais e nomes já classificados entre os melhores do mundo, estão dando ao público a oportunidade de perceber que o resultado vem de décadas de trabalho para que o surfe brasileiro atual esteja entre os primeiros lugares do mundo.

O campeão desta etapa, na categoria Master (35+), foi o surfista potiguar Júnior Rocha. Conterrâneo do campeão Olímpico, Ítalo Ferreira, Rocha venceu dois surfistas locais e levou para casa o troféu feito pelo artesão da cidade, Marcilio Rodrigues. Ben Borges, surfista de Niterói, chegou a liderar a bateria, mas terminou na segunda colocação. O cearense Phelipe Maia ficou em terceiro lugar.

Foto: Pedro Monteiro

Herdy recordista – Na final Master, Guilherme Herdy já não conseguia mais surfar e terminou em quarto lugar. O herói local de Niterói, que já tinha surfado 8 baterias no domingo, começou a sentir cãibras no fim da semifinal Kahuna, antes das finais. Mesmo com muitos espasmos musculares, Herdy ainda fez mais duas finais, ficando com a vice colocação na Gran Master e em quarto na Kahuna, após participar de 11 baterias no mesmo dia.

“Não foi fácil para mim esses últimos dias. Fiquei de cama por quase duas semanas e há muito tempo não disputava tantas baterias. Acho que nunca fiz isso em toda minha carreira. Hoje, senti meu corpo todo puxando, tive câimbra nas pernas, depois meus braços ficaram dormentes e minha lombar travou. Foi muita coisa, mas estou feliz de ver todo mundo aqui reunido, lembrando histórias do passado e em saber que todo mundo está bem”, disse Herdy.

O alagoano Klinger Peixoto foi o grande vencedor na categoria Grand-Master (40+). Ele, que estava em terceiro lugar na bateria, pegou uma onda faltando 3 segundos para terminar e virou em cima de Guilherme Herdy. O maranhense radicado em Santa Catarina, Álvaro Bacana, chegou a ter a oportunidade, também no minuto final, mas caiu na primeira manobra da onda que podia valer o título e terminou em terceiro. Na quarta colocação ficou o cearense Angelino Santos.

Foto: Pedro Monteiro

Local de São Vicente, o surfista, advogado e jornalista Daniks Fischer, venceu na categoria Kahuna (45+), virando nos 5 minutos finais. O surfista do Rio de Janeiro, Arthur Gamma, chegou a liderar quase toda a bateria, mas terminou em segundo. O surfista da zona sul carioca, Eduardo Chalita, terminou em terceiro, praticamente empatado com Herdy, que ficou em quarto.

Daniks Fischer elogiou o evento e destacou que o Rio de Janeiro continua lindo. “Foi aqui que fui campeão brasileiro, no fim dos anos 90. Reviver isso tudo, ao lado da minha esposa, é uma grande alegria. Daqui há 2 meses, vou lançar meu livro com um pouco dessa história da minha vida que é surfe, surfe e surfe. Parabéns a CBSurf e a todos que fizeram o evento que foi maravilhoso”, ressaltou.

A lenda do surfe brasileiro, o cabofriense Victor Ribas que já foi terceiro colocado no circuito mundial em 1999, mostrou um surfe lindo de borda em todo evento e ficou com a vitória na final Grand-Kahuna (50+).

Entre os finalistas, Vitinho, que fez a maior nota e a maior média, mostrou que conhece bem as ondas do costão de Itacoatiara. O surfista da Prainha do Rio de Janeiro, Sérgio Noronha, ficou com a segunda colocação. O gigante baiano, Esdras Santos, que eliminou seu conterrâneo Jojó de Olivença na semifinal, chegou a abrir a bateria com uma onda boa, mas terminou na terceira colocação. Oriundo de Búzios, Duda Tedesco, não achou as ondas na final e acabou na quarta colocação. “O campeonato foi alucinante. Esse dia foi demais! Estou super feliz de rever a galera! Todo mundo surfando bem, motivados com a competição. Galera dando o máximo. Foi o maior barato!”, disse Vitinho.

O carinhoso nome com o qual é batizada a categoria Legends, ou Lendas, (55+) conota o reconhecimento pela longa jornada de surfistas que abriram as portas do surfe brasileiro para o mundo. Entre eles, Edson Vieira, surfista profissional que representou São Paulo nos anos 80. Vieira levou, com folga, o troféu do CBSurf Itacoatiara Master. Em segundo, ficou o surfista local de Niterói, Alfredo Simon. Vlamir Reis, também de São Paulo, ficou em terceiro lugar. O “mais experiente” da turma na final foi o catarinense Carlos Knoll, de 59 anos, que mostrou que o surf não tem idade.

O presidente da Neltur, Paulo Novaes, representou o prefeito de Niterói, Axel Grael, e destacou que a bela competição e organização do CBSurf Itacoatiara Master reafirma a Praia de Itacoatiara como um dos mais perfeitos cenários de ondas para as grandes competições de surfe. “A Praia de Itacoatiara é uma referência de palco esportivo para o mundo. Trazer eventos desta importância para a praia atrai visitantes mais e turistas para a cidade, o que contribui para movimentar a economia da cidade”, ressaltou Novaes.

O CBSurf Itacoatiara Master foi uma parceria entre Prefeitura de Niterói, por meio das Secretarias de Esporte e Lazer e da e Niterói Empresa de Lazer e Turismo (Neltur), e a Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) que realizou o evento que, nesta etapa, teve a parceria da Federação de Surf do Estado do Rio de Janeiro (FESERJ), junto com a Associação de Surfe de Niterói (ASN). Os apoiadores foram Surfland Brasil, Northshore, EBSCO, Gilo, Itacoatiara old School, Silverbay, Açaí do Joca Jr, W Laatam, FU WAX, Shaper Crivella, Puro Suco, Dunas de Itaipu, Todaro, Kaway e Full Filmes.

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