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Hospital em Niterói recebe aparelho que aumenta chance de cura em câncer de pele

Técnica da Cirurgia Micrográfica de Mohs tem índice virtual de 100% de cura em tumores com baixa capacidade de disseminação
Técnica da Cirurgia Micrográfica de Mohs tem índice virtual de 100% de cura em tumores com baixa capacidade de disseminação

O Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP-UFF), em Niterói, recebeu na última semana, o aparelho usado na Cirurgia Micrográfica de Mohs. A técnica permite uma visão completa da superfície tumoral na pele durante sua retirada. Para tumores com baixa capacidade de disseminação via linfática ou sanguínea, o índice de cura virtual é de 100%. O HUAP se torna o primeiro da rede SUS no estado do Rio de Janeiro a ter o aparelho, que foi doado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

“O desafio da técnica é transformar uma estrutura tridimensional, que é o tumor, em uma bidimensional, que permite examiná-la ao microscópio. O processo começa na retirada do tumor. Uma vez transformado em uma estrutura bidimensional e ela estando mapeada, é possível identificar com precisão se houve a persistência de tumor. Se sim, volta no lugar exato e remove totalmente. Isso tudo é feito em tempo real. Não é como na técnica tradicional que, às vezes, demanda dias até ter o retorno” explica o Coordenador da Dermatologia do HUAP-UFF, Professor Flavio Luz.

O aparelho pode ser usado em todos os tipos de cânceres de pele, mas a principal indicação, segundo Flavio, é para o carcinoma basocelular, que corresponde a 70% dos cânceres de pele. “Considerando que o câncer de pele representa 30% de todos os tipos, estamos falando de aproximadamente ¼ das malignidades”, complementa. A primeira cirurgia com o aparelho no HUAP está marcada para o próximo dia 27 de julho. O dermatologista reitera a importância da Cirurgia Micrográfica de Mohs para a rede SUS:

“Quando a gente consegue virtualmente 100% de cura, evitamos não apenas os custos de novas cirurgias e tratamentos, como as complicações que decorrem disso. Então, o impacto é relevante, pois desocupa o sistema de saúde e com poucas mudanças nos custos para a realização desses procedimentos. Em casos que, às vezes, seriam necessárias várias cirurgias, passa a ser necessária apenas uma resolutiva. E isso, obviamente, também tem um impacto individual na vida do paciente.”

Flavio finaliza pontuando que a contrapartida da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica para que o aparelho fosse enviado ao HUAP era de que o hospital oferecesse a formação de novos especialistas: “estamos iniciando esse trabalho de formação em Cirurgia Micrográfica para, dessa forma, termos novos médicos especialistas que sejam capazes de realizar esta técnica”.