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Vereadora de Niterói diz que ódio ao povo negro vitimou congolês "mentalidade colonial persiste nos dias de hoje"

Vereadora de Niterói diz que ódio ao povo negro vitimou congolês "mentalidade colonial persiste nos dias de hoje"

Defensora dos direitos do povo negro, a vereadora Walkíria Nictheroy (PCdoB) externou indignação publicamente em decorrência do brutal assassinato do imigrante congolês, Moïse Kabamgabe. O jovem trabalhador foi morto na última semana, em circunstâncias que a polícia civil ainda está apurando, em um quiosque na Barra da Tijuca (Vídeo abaixo | Imagens fortes). “A brutalidade é despejada nos grupos onde a sociedade direciona o ódio. Um negro sem consciência e conhecimento de sua ancestralidade acaba sendo induzido a pensar que o problema da sociedade está em seu próprio grupo e não na opressão que sofre. Cotidianamente uma pessoa negra é assassinada violentamente, são tantos casos que a sociedade acaba se acostumando e acreditando que essa realidade é normal. Há uma banalização da violência”, desabafou a vereadora.

Segundo Walkíria Nictheroy, a Polícia Militar do Rio de Janeiro é a polícia que mais mata e morre porque há um estigma de desumanização presente sobre a população negra e isso gera uma apatia social. “A cada semana a gente tem um nome para fazer hashtag e pedir justiça. E nós não temos tempo de fazer justiça porque pouco tempo depois surge um novo caso. Há uma cultura de violência, punitivista, o Moïse foi espancado com pessoas naquele ambiente. Que distorção da humanidade permitiu que ocorresse o espancamento sem que ninguém no local fizesse algo para cessar a brutalidade?”, questionou Walkíria.

Walkíria Nictheroy diz que ódio ao povo negro vitimou congolês.

Para a vereadora há uma demanda fundamental por mudança no cenário cultural e político na busca pela ampliação da representatividade nos espaços de poder e debate. “Há necessidade de mais de nós na política, é uma necessidade de sobrevivência, é uma questão de segurança para garantir o livre exercício da democracia para aqueles que nunca tiveram democracia. E a maior falha da nossa democracia é que ela é feita para não alcançar a todos. Minha colocação para disputa política está em movimento para avançar na direção de que tenhamos cada vez mais mulheres pretas nos espaços de poder”, finalizou Walkíria Nictheroy.