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Hashtag #CoastSnapSossegoRJ promete agitar Niterói

Hashtag #CoastSnapSossegoRJ promete agitar Niterói

Monitoramento da Praia do Sossego em um clique; Projeto Coast Snap permite que frequentadores ajudem no acompanhamento das condições da praia por meio de fotos postadas em redes sociais

Niterói está em contagem regressiva para ver a Bandeira Azul hasteada na Praia do Sossego, no próximo dia 19. Mas antes disso, nesta terça-feira (16), o paraíso incrustado entre as praias de Camboinhas e Piratininga, na Região Oceânica, vai receber outro grande presente: a plataforma Coast Snap, na qual qualquer cidadão poderá contribuir com um grupo de cientistas no monitoramento das condições da praia. Basta fazer uma foto.

Fotos: Douglas Macedo

O Coast Snap é uma metodologia de monitoramento participativo, que consiste em utilizar fotos tiradas sempre de um mesmo local para monitorar as praias arenosas. Para funcionar, basta acoplar o celular no suporte de apoio fixo instalado na praia. Após fazer a imagem, o visitante ou banhista deve publicar a foto em suas redes sociais (Instagram ou Facebook) com a hashtag #CoastSnapSossegoRJ. Após isso, a equipe do projeto, formada por um grupo de geógrafos de universidades do Rio e de Niterói, encontra todas as fotos nas redes e realiza as análises.

A metodologia foi criada na Austrália por Mitchel Harley. Atualmente, já está em mais de 100 países. No estado do Rio, além da Praia do Sossego, o equipamento está presente na Praia do Peró, em Cabo Frio, e na Prainha, na capital, ambas certificadas com a Bandeira Azul. Praias do Ceará e de Santa Catarina também desenvolvem o projeto.

Em Niterói, o Coast Snap será conduzido numa parceria da Secretaria de Meio Ambiente Recursos Hídricos e Sustentabilidade (SMARHS) com o projeto de extensão Mar à Vista, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), coordenado pela geógrafa Flavia Moraes Lins de Barros, pesquisadora que trouxe a metodologia para o estado do Rio.

Também integram o grupo de monitoramento geógrafos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da PUC-Rio.

Flávia explica que na Praia do Sossego, a partir de um conjunto de fotos em diferentes condições de mar e em diferentes épocas do ano, pretende-se estudar as variações da praia em termos de largura da faixa de areia, alcance máximo e mínimo das ondas e das marés, alterações na vegetação de restinga, a densidade populacional, presença de resíduos sólidos na faixa de areia e no mar e identificação de manchas de poluição no mar.

A pesquisadora acrescenta que, em curto prazo, algumas destas análises poderão ser utilizadas para difusão do conhecimento sobre a dinâmica das praias arenosas e compreensão da influência das ondas e marés nesta dinâmica. Já a longo prazo, os dados poderão revelar ciclos sazonais de variações e até mesmo colaborar para o estudo de mudanças ambientais e da subida do nível do mar.

Ciência Cidadã

Flávia destaca, ainda, que a importância do projeto na Praia do Sossego é contribuir para o monitoramento de uma praia de enorme qualidade ambiental, que se encontra muito bem preservada, que possui o selo de qualidade do Projeto Bandeira Azul e, portanto, que pode ser um exemplo positivo a ser seguido pela gestão de praias no Brasil.

“O principal benefício, em minha opinião, é permitir à população o engajamento social na ciência e nas questões ambientais e sociais associadas às zonas costeiras e marinhas. Este tipo de ação chama-se ciência cidadã, pois conta com o levantamento de dados científicos realizado por qualquer tipo de pessoa. Um outro benefício importante é o levantamento de um número muito grande de dados, o que seria inviável de se fazer sem a participação da sociedade”, afirma.

A pesquisadora lembra que qualquer pessoa interessada pode colaborar.

“A ideia é que seja feito por cidadãos comuns, que frequentam a praia, que se importam com o meio ambiente e que queiram levantar dados para ciência. Além disso, a participação de monitores ambientais de unidades de conservação e monitores do projeto Bandeira Azul é muito bem-vinda, porque eles podem agregar o conhecimento aos objetivos de conservação e manutenção da qualidade ambiental”.

A geógrafa afirma que o projeto só foi possível a partir da parceria firmada com a Prefeitura de Niterói, assim como com o Projeto Bandeira Azul e as autorizações concedidas pelos órgãos ambientais estaduais e municipais.

O secretário de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade, Rafael Robertson, destaca como característica principal do Coast Snap a participação da sociedade na preservação ambiental da Praia do Sossego.

“Este projeto de monitoramento participativo, além de contribuir com a ciência, é uma grande oportunidade para o cidadão que se preocupa com a preservação das praias de dar sua contribuição. Os frequentadores da Praia do Sossego com certeza terão uma sensação de pertencimento ao saber que sua foto estará ajudando a preservar este paraíso de Niterói”, afirma.

O subsecretário de Sustentabilidade, Allan Cruz, que trouxe o Coast Snap para Niterói, ressalta que a Praia do Sossego, com este projeto, entrará definitivamente no circuito de praias brasileiras vistas com olhar especial pela ciência.

“O Coast Snap é uma solução inovadora e ao mesmo tempo simples de monitorar a praia em tempo real a partir da contribuição dos cidadãos. Quando conheci o projeto, achei que ficaria perfeito para a Praia do Sossego, que é um belo cartão postal de Niterói e exemplo de praia ambientalmente sustentável. Com a Bandeira Azul, vamos desenvolver atividades de educação ambiental na praia e, com isso, os frequentadores poderão participar ativamente da preservação do local através deste projeto”, afirma.

Praia de Camboinhas também receberá o Coast Snap

A plataforma de monitoramento participativo também estará presente na Praia de Camboinhas em breve.

“Em relação à praia de Camboinhas, além de todos estes benefícios já citados, acrescenta-se o fato de que esta praia já apresenta episódios de erosão costeira durante as ressacas do mar. O projeto poderá acompanhar estes fenômenos e indicar o papel da vegetação de restinga e das dunas frontais na proteção do litoral”, explica.