Empreendedorismo

Dia dos Pais: histórias de empreendedorismo que envolvem pais e filhos

Mariano Froes e Eduardo Simões Froes

Cinco cases, de segmentos diferentes, que mostram as diferenças de gerações, relações pessoais e prevenção de conflitos entre esse núcleo familiar

Gerir um negócio em família tem uma série de desafios e, também, muitos benefícios. Segundo uma pesquisa realizada recentemente pela consultoria PwC, as empresas familiares brasileiras tiveram um desempenho forte no último ano financeiro (antes da pandemia de Covid-19) e melhor do que a média global: 63% registraram crescimento e apenas 13% tiveram redução nas vendas em 2019. No mundo, 55% das empresas familiares cresceram, enquanto 19% encolheram em 2019.

Seguem abaixo algumas histórias de sucesso entre filhos que empreendem com os pais e vice-versa:

Jayme Santos, 68 anos, e Gustavo Albanesi, 39 anos – Fundadores do Buddha Spa 

O Buddha Spa nasceu da vontade de Gustavo Albanesi de “mudar de lado” na mesa de reuniões. Executivo do mercado financeiro, sua função era assessorar seus clientes em operações de fusões e aquisições e emissão de ações em bolsa de valores, mas a decisão final era sempre do cliente, aquele que estava “do outro lado da mesa”. “Eu gostava de ver as coisas acontecerem e queria gerir algo que gerasse impacto nas pessoas, tanto nas que trabalham quanto nas que consomem”, conta Gustavo.

Ele tinha a vontade de empreender, mas quem identificou uma oportunidade no segmento de bem-estar foi seu pai, Jayme. Gustavo, aliás, nem massagem fazia naquela época, começo dos anos 2000.

Quando o pai mencionou a ideia, Gustavo começou a pesquisar o mercado e decidiu abraçar a oportunidade. Os dois abriram juntos a primeira clínica de massagem, em 2001, no bairro de Higienópolis, na zona oeste da cidade de São Paulo – mesma casa em que hoje fica a sede do Buddha Spa e uma das mais amplas unidades da rede.

Em 2010, veio a decisão de começar a expansão do Buddha Spa através do sistema de franquias e em 2014, com o modelo bem acertado, veio a expansão em ritmo mais forte. Hoje, a rede tem mais de 40 unidades em diversas cidades.

O investimento inicial em uma franquia varia de R$ 250 mil a R$ 450 mil.

Jayme Santos e Gustavo Albanesi

Carlos Augusto Nepomucemo, 49 anos e Carlos Jr., 22 anos – fundadores da rede Frango no Pote

Em 2012, a Frango no Pote nasceu de uma forma bem caseira – literalmente. Em uma viagem aos Estados Unidos em 2011, Carlos Augusto Nepomucemo, conhecido como Carlão, conheceu o frango frito vendido no balde. De volta ao Brasil, teve a ideia de “abrasileirar” a iguaria.  “Desenvolvemos uma marinada do gosto do brasileiro para temperar o frango e usamos uma farinha exclusiva”, comenta Carlos Jr, formado em gastronomia e responsável pelo cardápio que a Frango no Pote oferece hoje aos clientes.

Na época da fundação da empresa, no entanto, ele tinha apenas 12 anos. “Meu pai fritava os frangos e eu cuidava das embalagens”, lembra. “Eu já era apaixonado por culinária, assistia vários programas sobre o tema e fazia cookies para vender na escola e ganhar meu próprio dinheiro.”

Os frangos começaram a ser fritos em uma fritadeira na churrasqueira da casa do Carlão. No primeiro dia foram cinco pedidos, aumentando sucessivamente. A qualidade do produto se espalhou e logo ele abriu uma loja em frente ao condomínio onde morava, em Brasília.

Carlos Jr. aos 16 saiu da escola e entrou na faculdade de gastronomia. “Eu era o mais novo da minha turma”, diz. Aos 18 concluiu o curso. Depois foi para os Estados Unidos passar uma temporada de trabalho e em 2018 voltou para assumir a Frango no Pote.

Com o sucesso das vendas, os amigos começaram a querer abrir unidades da Frango no Pote em outros locais da cidade, e o empreendedor formatou o modelo de franquia. Em 2014 a marca se associou à Associação Brasileira de Franchising (ABF) e começou a vender novas lojas pelo sistema de franquias.

Para investir em uma unidade da Frango no Pote, é preciso investir a partir R$ 199 mil.

Carlos Augusto e Carlos Jr.

Mariano Froes, 51 anos, e o filho Eduardo Simões Froes, 23 anos – Franqueados da Help! em São Luiz, no Maranhão.

Mariano Froes atuou no mercado financeiro até outubro de 2020. Pouco tempo depois de sair do banco no qual trabalhava, uma amiga de longa data, com quem trabalhou no banco Bmg, o convidou para conhecer a franquia da Help!.

Como já tinha trabalhado no Bmg, conhecia bem a credibilidade da marca, o que lhe deu segurança para investir no negócio próprio. Conversou com a família e com o apoio da esposa e dos dois filhos decidiu adquirir a franquia. “Além da confiança que tinha na marca e de todo o suporte oferecido pela Help!, o que mais me motivou foi a possibilidade de trabalhar com a minha esposa e filhos”, afirma.

Atualmente, ele trabalha diretamente com a esposa e o filho Eduardo Simões Froes, 23 anos, estudante de administração de empresas, que é responsável pela supervisão e acompanhamento de toda parte operacional e desempenho dos consultores. “O Dudu cursou veterinária, mas acabou não sendo o que buscava, apesar de adorar animais. Lembro que quando ele era criança dizia que queria trabalhar como eu, de terno. Hoje, é um privilégio poder trabalharmos juntos. Ele tem crescido muito no pessoal e profissionalmente. Sua participação é essencial no negócio, ele domina todo o funcionamento da empresa e tem bom relacionamento com a equipe”, afirma Mariano Froes.

Quando precisa de uma consultoria jurídica, Mariano conta também com o apoio do filho mais velho, o advogado, Leonardo Simões Froes, 26 anos, que atua de forma mais indireta no negócio, mas está sempre por perto.

O plano da família é abrir cerca de 10 novas franquias da marca nos próximos dois anos e continuar administrando os negócios juntos.

Para investir em uma franquia da Help!, o valor total aproximado é R$ 140 mil.

Mariano Froes e Eduardo Simões Froes

Edson Antônio Toledo, 76 anos, e Jonathan Randolpho Toledo, 40 anos – Nutty Bavarian, quiosque no Independência Shopping em Juiz de Fora – MG.

A história começou com a filha do sr. Edson Antônio Toledo, Rosana Randolpho Toledo, pedindo para que ele a ajudasse a cuidar de seu quiosque da Nutty Bavarian em Juiz de Fora (MG). Ele ia todos os dias à noite para fechar o caixa, acompanhar as vendas e funcionamento do local. Cuidava como se fosse dele, conta a filha, mas sempre teve a vontade de ser o dono. Com o passar dos anos, juntou um dinheiro e, em 2016, Rosana manifestou a vontade de fazer um repasse a ele.

Na época o sr. Edson se sentiu receoso e inseguro e por isso entrou em contato com o filho Jonathan para perguntar o que achava da situação e se ele o ajudaria sendo seu sócio.

E foi assim que ambos adquiriram a unidade no Independência Shopping, que permanece até hoje. “Apesar de toda essa turbulência que aconteceu com a questão da pandemia, nós estamos conseguindo nos reerguer e pretendemos continuar firmes com a Nutty. Acreditamos nessa franquia que tanto nos proporcionou e proporciona até hoje”, diz Jonathan.

Para adquirir um quiosque da Nutty Bavarian é preciso investir R$ 99 mil (este valor inclui quiosque montado e capital de giro).

Edson Antônio Toledo e Jonathan Randolpho Toledo

Hamilton Erdmann, 59 anos e Luís Felipe Erdmann, 31 anos – franqueados da Oral Unic de Mafra, Santa Catarina

A história de Hamilton Erdmann e Luís Felipe Erdmann junto à rede Oral Unic, teve início durante a pandemia do Coronavirus. Luís e seu pai enfrentaram algumas adversidades no âmbito profissional, esses percalços fizeram que os dois abrissem os olhos para novos negócios, desta vez, juntos e voltado para a odontologia. Luís já conhecia o Nadim (Fundador e CEO da Oral Unic) de outros momentos. Com isso, ele mostrou o modelo de negócios para o seu pai, que se mostrou interessado pelo empreendimento e por seguir em sociedade com seu filho.

“Eu e meu pai temos uma excelente relação. Mesmo com a distância, nos falamos todos os dias. Sempre me senti muito sortudo por ter um pai que me apoia em todos os momentos, sejam eles bons ou ruins” disse Luís. “Além disso, eu não poderia estar mais contente, pois de um lado tenho a melhor franquia de odontologia do país e outro, me dando todo apoio, o melhor sócio do MUNDO”, acrescenta.

Para abrir uma unidade da Oral Unic é necessário o montante inicial aproximado de R$ 500 mil a R$ 1,2 milhão.

Hamilton Erdmann e Luís Felipe Erdmann

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