Olimpíadas | Tóquio 2020

Bicampeãs olímpicas Martine e Kahena chegam em Niterói e desfilam em carro dos bombeiros

A festa pelas ruas de Niterói foi histórica e emocionante para as campeãs e para a cidade. O desfile em carro aberto começou pela Ponte Rio-Niterói, com apoio da Ecoponte, e passou pelas avenidas Jansen de Melo e Amaral Peixoto, Praça Arariboia, no Centro, e seguiu pela orla da Zona Sul da cidade até o Rio Yacht Club, em São Francisco. Durante o percurso uma grande carreata se formou, moradores tiravam fotos, gravavam vídeos e se emocionavam. Um dia para ficar na história da cidade.

Foto: cidadedeniteroi.com

 

A dupla, que conquistou medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio, desfilou em caminhão aberto do Corpo de Bombeiros acompanhada dos atletas Marco Grael, Gabriela Nicolino e Fabiana Silva, que também participaram da competição internacional.

Martine, que é niteroiense, e sua dupla, Kahena, chegaram ao Rio de Janeiro pela manhã no aeroporto Santos Dumont e foram recebidas por familiares e amigos. Depois de coletiva no Comitê Olímpico Brasileiro, as duas subiram no caminhão do Corpo de Bombeiros com Marco Grael e Gabriela Nicolino, também da vela, e Fabiana Silva, do badminton.

O prefeito de Niterói, Axel Grael, lembrou que essa é a nona medalha da família Schmidt Grael na vela, representando Niterói e o Brasil. “Histórias de sucesso como a de Martine e Kahena estimulam a garotada a se dedicar ao esporte, a buscar aquela modalidade que mais interessa, que mais se ajusta a seu biotipo. As políticas de iniciação esportiva em nossa cidade estão avançando muito. A Prefeitura de Niterói está implantando parques esportivos em regiões que antes eram marcadas pela violência. Hoje temos 2 mil pessoas praticando atividades físicas nesses locais. O esporte tem esse efeito transformador e a gente precisa desses exemplos de sucesso para motivar a nova geração que vem aí”, destacou Axel, que é tio de Martine.

Filha de Torben Grael, cinco vezes medalhista olímpico, Martine Grael chegou a contar que os treinos nas águas que banham Niterói foram fundamentais para a manobra que garantiu o ouro na baía de Enoshima. Ela se surpreendeu com a recepção desta sexta. “Estar perto das pessoas foi muito bacana, ver o mar ali no Gragoatá e percorrer esse trajeto que faço tantas vezes de bicicleta foi muito emocionante. Essa medalha é do país, é de Niterói, é do Rio e de todos os velejadores que sabem o quanto a gente ama esse esporte”, disse.

Foto: Douglas Macedo

Sétimo colocado na competição, o velejador Marco Grael fez o percurso pela cidade com a bandeira de Niterói nas costas. “A Olimpíada em Tóquio foi especial, mas bem diferente da edição no Rio de Janeiro, onde a gente teve muito calor humano. Em Tóquio tínhamos acolhimento, mas a gente estava restrito a nossa base, ao nosso hotel e ao nosso centro de treinamento. Chegar aqui com esse carinho foi muito legal. Não conseguimos a medalha, mas a gente teve o carinho grande da cidade com uma recepção muito calorosa”, contou.

Cria do Preventório e atleta do badminton, Fabiana Silva também representou Niterói nos Jogos Olímpicos com garra e vontade de vencer. “Foi minha primeira Olimpíada, uma conquista que veio já muito próxima do início das competições. Estou muito emocionada depois de passear pela nossa cidade com os atletas que representaram Niterói. Fiquei maravilhada com a recepção”, comentou.

Atleta da vela na classe Nacra 17, Gabriela Nicolino também participou da recepção desta sexta. “Foram duas felicidades muito grandes nesses Jogos: levar o Brasil até a regata da medalha e acompanhar a vitória da Martine e da Kahena. As duas são uma inspiração, amigas e parceiras de muito tempo. Por conta da pandemia, foi uma Olimpíada muito diferente, com tudo ainda mais intenso. Chegar aqui e ser recebida com tanto carinho foi muito forte”, disse.

Após o desfile elas foram recebidas pelo prefeito Axel Grael, tio de Martine, no Yacht Club e por jovens do Projeto Grael. O instituto fundado pela família Grael atende cerca de 700 alunos por ano e já conta com 40% de mulheres entre os inscritos. Fundado em junho de 1998, com o primeiro núcleo em Jurujuba, o Projeto Grael já atendeu 18 mil pessoas. Além de formar possíveis atletas, o maior objetivo é incluir os jovens no mercado de trabalho, com cursos profissionalizantes voltados para o mercado náutico.

“Agora tá caindo a ficha. Porque até então foi aquela sensação de ‘Será que é verdade será que é um sonho?’. Hoje, ter essa recepção do povo niteroiense foi maravilhoso. E eu que não sou dessa cidade, mas me senti super abraçada. Foi muito especial. Eu sou niteroiense praticamente”, disse Kahena.

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