Cidades

Operações continuam após a tragédia no Boa Esperança

Operações continuam após a tragédia no Boa Esperança

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o número de resgatados permanece o mesmo na manhã de hoje: 11 pessoas foram resgatadas com vida, das quais uma morreu no hospital, e 14 corpos foram retirados já sem vida. Os bombeiros continuam trabalhando no local, mas não há mais relatos de desaparecidos por parte de familiares e vizinhos.

A Defesa Civil também opera no monitoramento das casas no entorno do local do acidente. Dezessete moradias permanecem interditadas.

Segundo a prefeitura, cerca de 200 pessoas, profissionais das secretarias municipais de Saúde, Assistência Social, Obras, Conservação e Serviços Públicos fazem a limpeza do local do desabamento. Eles também atuam na Escola Municipal Francisco Portugal Neves, em Piratininga, local em que parte das vítimas está alocada provisoriamente.

Doações

Uma rede de solidariedade se formou para dar assistência àqueles que perderam tudo e nove toneladas de donativos já foram arrecadados. A prefeitura informa que, no momento, não há necessidade de novas doações. Já foram distribuídos kits com materiais de limpeza, higiene pessoal, alimentos e água para 18 famílias.

Atendimento psicológico

Cerca de 50 psicólogos voluntários trabalham no atendimento às vítimas. Os profissionais desenvolvem diferentes ações, entre elas assistência no momento do sepultamento e durante a identificação dos corpos no Instituto Médico-Legal (IML) aos familiares das vítimas.

Os profissionais também atendem às pessoas que solicitam atendimento na Escola Francisco Portugal Neves e trabalham orientando a população sobre direitos que ainda podem buscar.

Para o psicólogo voluntário Alexandre Nascimento, a disponibilização de tratamento psicológico a longo prazo para as pessoas que passaram pelo trauma do acidente é fundamental.

“A gente fala em emergência, desastre, mas muitas dessas situações são tragédias anunciadas. São tragédias decorrentes da negligência do Poder Público. Essas pessoas estão em situação de risco não porque querem, mas porque não têm outra opção. Então, todo esse trabalho decorrente de situação de trauma, tanto individual quanto coletivo, tem impacto profundo na vida emocional. [Por isso], há uma demanda por políticas públicas que possam dar conta desse sofrimento gerado por esse trauma”, acrescenta Alexandre, que é morador da região.

Com Ebc