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POLÍTICA: Propaganda ilegal e boca de urna predominam em Niterói

POLÍTICA: Propaganda ilegal e boca de urna predominam em Niterói

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POLÍTICA – Os eleitores de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, se depararam com muitos santinhos e boca de urna no dia da votação. Nos locais de votação, os papeizinhos com os números de candidatos cobriam as calçadas. Cabos eleitorais com bandeiras e panfletos se aglomeravam em frente às zonas eleitorais, enquanto os próprios candidatos faziam campanha até dentro das seções.

A reportagem acompanhou a votação em Piratininga e no Largo da Batalha, em Pendotiba, em Niterói. No Largo da Batalha, um dos maiores locais de votação do município – o quinto em número de eleitores no estado – houve filas e aliciamento de cabos eleitorais, com pagamentos feitos na hora. Em média, os valores variavam entre R$ 50 e R$ 70.

Um dos candidatos em Pendotiba oferecia cerveja gelada para os correligionários, que passaram a manhã e início da tarde a menos de 30 metros da porta da zona eleitoral. Outro confraternizava desde cedo com cabos e eleitores na porta de um colégio onde era realizada a votação.

Um fiscal do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) chegou a pedir para que todos saíssem da frente da escola, mas os apelos não fora suficientes para impedir o crime eleitoral. A pena para a prática de boca de urna varia de seis meses a um ano de prisão e pagamento de multa.

Trânsito intenso

Já no centro de Niterói, eleitores contaram que o trânsito era intenso nas estreitas ruas, reflexo da movimentação nos colégios que recebiam eleitores. Houve congestionamento. Sem constrangimento, em Niterói, os eleitores eram abordados ao chegar para votar. Os cabos eleitorais, com bolos de santinhos nas mãos, justificavam que eram amigos dos candidatos, como o autônomo Carlos Henrique Barbosa, de 32 anos.

“O rapaz [o candidato] é meu amigo desde a infância. [Mas você leu as propostas?] Não. Não, importa, [ele] é meu amigo. Todos são iguais, na verdade, querem entrar na Câmara para roubar dinheiro”, justificou.

Além de vínculos de amizade, muitos eleitores contaram que escolheram os candidatos de acordo com as propostas. A doméstica Tânia Santos, de 36 anos, que deu entrevistas enquanto distribuía santinhos, reclamou da política, mas sabe que a prefeitura tem obrigações com a cidade. “Para ser sincera, é tudo ladrão. A gente só vota porque tem que votar. Mas tem uns candidatos que prometeram umas coisas, se entrarem, tomara que façam”, disse.

Já a dona de casa Alessandra Santos observou mudanças na cidade que, acredita ela, vão melhorar sua rotina. Ela apontou as obras de mobilidade urbana como determinantes. “Eu tenho um filho deficiente e preciso levá-lo para o centro da cidade para fazer tratamento. O BRT da região oceânica vai ser muito bom”, opinou.
Isadora Santos e Isabelle Rafela Boaventura, de 23 e 24 anos, apostam na renovação da política, em candidato capaz de ouvir a população e fazer políticas que chamaram de “não populistas”, sem “rabo preso” com caciques partidários ou empresas, destacaram.

Reportagem: Isabela Vieira

Edição: Kleber Sampaio

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