Cultura

Das comunidades do Rio para as páginas de romance policial

Das comunidades do Rio para as páginas de romance policial

Nathalia Alvitos lança seu segundo livro, Cidade Perdida

Amor, família e arte. Dessa forma que a escritora Nathalia Alvitos se descreve. Jornalista por formação, a jovem escritora de 34 anos, foi repórter policial durante seis anos, mas foi na literatura que se encontrou. Inspirada por autores como Clarice Lispector, Edgar Allan Poe, Hermann Hesse e Garcia-Roza, Nathalia lança seu segundo livro, Cidade Perdida.

Como jornalista ela acreditava que estar no local de conflito e passar os fatos como realmente são, era o suficiente para fazer as pessoas lutarem por melhorias. Mas ela queria mais. Em dois anos submersa na criação da obra, a autora conta a história da inspetora da Polícia Civil Lana Garcia, única investigadora capaz de desvendar todos os crimes que caem em suas mãos. O romance policial levou Nathalia para a 88ª Feira do Livro de Lisboa este ano.

A jovem autora optou formar sua família e lutar de uma maneira mais segura, mas ao mesmo tempo profunda e provocante. Seu intuito é que as obras tenham impacto sobre a vida dos leitores e que mudem de alguma forma as suas ações, para que no futuro tenhamos uma sociedade mais consciente, culta e solidária.

Primeiro de uma trilogia, Cidade Perdida, é uma tentativa da autora de mostrar para a sociedade que não adianta atribuir o nosso fracasso ao outro, nada se constrói com reclamações, críticas vazias, passividade e hipocrisia. Como ela gosta de reafirmar, “Cidade Perdida” é um “tapa” na cara da negligência.

Nathalia destaca que se sente lisonjeada por ter cursado jornalismo e escolhido trabalhar em áreas de conflito, o que a proporcionou mais experiência de “vida real” que a maioria da população.

“É uma experiência muito rica para deixar morrer, então somei esse diferencial do jornalismo policial com o conhecimento e estudo que tenho, mais a crise inédita do Rio de Janeiro e criei o Cidade Perdida”, explica.

https://www.facebook.com/NathaliaAlvitosEscritora/videos/1998834920189560/

Primeira obra

Seu primeiro livro, “Lavínia: no limite” foi lançado em abril de 2015 e surgiu de forma despretensiosa, pois Nathalia não imaginava ser capaz de se tornar escritora. Começou a escrever ainda na adolescência, após os cursos de literatura e filosofia. No jornalismo, diante da dificuldade de digerir tanta crueldade, começou a se distanciar das pessoas, inclusive familiares, e mergulhou nos livros.

A escritora conta com muita sutileza, a realidade interna de uma personagem vítima de um transtorno que a obriga viver em uma montanha-russa de emoções, foi muito bem aceita pela crítica e foi destaque nos principais veículos de comunicação. Sua primeira obra a levou para a Feira Literária de Paraty – FLIP 2015, Off FLIP 2015 e Feira Literária de Nova Friburgo – FLINF 2016.